Presidente da Venezuela e aprendiz de tiranete, Nicolás Maduro criticou, na quinta-feira (10), durante mais um dos seus enfadonhos discursos em Caracas, o pedido de prisão preventiva do ex-presidente da Luiz Inácio da Silva e considerou que uma detenção faria dele “o Nelson Mandela da América”.
Maduro denunciou que, “por vias judiciais”, tenta-se dar “golpes de Estado” no Brasil, visando pessoas que foram “protagonistas de mudanças no continente” e que lutaram contra a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), promovida pelos Estados Unidos.
O presidente do Equador, Rafael Correa, também externou seu apoio ao brasileiro: “Acabo de falar com Lula para expressar nossa solidariedade. Lula é um guerreiro e vencerá esta nova canalhice. A América Latina te abraça!”, escreveu Correa no Twitter.
Na última terça-feira (8), o presidente equatoriano já havia mencionado Lula. Na ocasião, disse que, na operação policial em que o ex-presidente foi levado coercitivamente a depor, houve uma violação de direitos humanos contra o ex-chefe de Estado.
“O que fizeram com Lula é um atentado aos direitos humanos. Acham que Lula vai fugir se o intimarem a depor. Jamais. Mas foram inspecionar sua casa, o levaram detido à força para depor”, criticou Correa.
Para o presidente equatoriano, todo esse procedimento contra Lula foi “para humilhá-lo, para desprestigiá-lo” e faz parte da “perseguição do establishment das estruturas da velha América Latina”.
Maduro, que não merece crédito algum, surta ao tentar comparar Lula com Nelson Mandela. Contudo, o chofeur do socialismo do século 21 não erra ao sugerir que Lula, alarife que é, saberá aproveitar o cenário atual para faturar politicamente e tentar ressurgir das cinzas. A grande dúvida é saber se a estratégia do ex-presidente produzirá algum resultado prático além das fronteiras da militância petista. Sem contar que atual situação política do Brasil está muito distante da sul-africana na época do apartheid.
Em relação a Rafael Correa, o mandatário equatoriano cumpre o que manda a cartilha comunista ao defender Lula, mas comete um equívoco ao afirmar que a condução coercitiva serviu para humilhar e desprestigiar o ex-metalúrgico. Ao contrário do que disse Correa, o “camarada” Lula não precisa de ajuda de terceiros para liquidar de vez um prestígio embusteiro que ostentou durante dois mandatos, período em que a cegueira do povo brasileiro impediu que a realidade fosse contemplada com a devida preocupação. (Com agências internacionais)