Deputado pede convocação de Jaques Wagner para explicar grave declaração contra Sérgio Moro

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Vice-líder da Minoria da Câmara dos Deputados, Raul Jungmann (PPS-PE) apresentou, nesta terça-feira (15), pedido de convocação do ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, para explicar a declaração de que o juiz federal Sérgio Fernando Moro, que conduz na primeira instância da Justiça os processos decorrentes da Operação Lava-Jato, teria traçado “um plano” para criminalizar a política.

Se o requerimento de Jungmann for aprovado, Jaques Wagner falará no plenário da Casa, transformado em comissão geral para ouvi-lo. “Devemos lembrar que são crimes, cometidos por ministro de Estado, atos atentatórios ao livre exercício dos podres Judiciário e Legislativo”, salienta o deputado no pedido.

Para o deputado pernambucano, a acusação do ministro a Moro é “extremamente grave e desrespeitosa”. Jungmann acrescenta que fica claro que Wagner “vê como negativa a independência do Poder Judiciário para julgar crimes, cometidos por agentes políticos ou não, e da Polícia Federal”.

O parlamentar ressalta que a declaração de Wagner “não encontra respaldo na realidade, tendo em vista que as instâncias superiores do Poder Judiciário têm confirmado a quase totalidade das decisões de Sérgio Moro”.


No entender de Jungmann, “o ataque sistemático às instituições que atuam na Operação Lava Jato, que investiga os meandros da corrupção sistemática no alto escalão do país, não é compatível com o livre funcionamento dos poderes e com a harmonia entre eles”.

O parlamentar exortou o ministro a apresentar, ao Conselho Nacional de Justiça, eventuais provas de que a conduta de Moro não está de acordo com a lei e a “se abster de fazer declarações levianas”.

Em entrevista publicada em diversos jornais, Wagner afirmou que “houve um plano traçado pelo (juiz) Moro e ele está quase chegando ao seu objetivo, que é criminalizar a política”.

O ministro continuou: “Vocês já viram algo tão espetaculoso que durou tanto tempo?” Em outro momento, Wagner afirmou que “criou-se uma tese de que ele (Lula) é chefe de uma gangue, então se investigam pessoas e não crimes. Quer dizer, não é uma coisa clara. Eu acho que tem gente babando sangue querendo provar (que Lula cometeu crimes) e ele virou troféu para ver quem pega primeiro”.

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