Janot avalia a possibilidade de investigar Dilma com base na delação de Delcídio Amaral

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O calvário político de Dilma Rousseff não para de crescer. Homologada a explosiva delação premiada do senador Delcídio Amaral – abandonado pelo governo e pelo PT durante o período em que esteve preso –, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, analisa a possibilidade de pedir ao Supremo Tribunal Federal a abertura de inquérito para investigar Dilma.

Janot avaliará se as menções ao nome de Dilma feitas por Delcídio na delação premiada representam motivo para investigar a presidente por tentativa de obstrução às investigações da Operação Lava-Jato sobre o Petrolão, o maior esquema de corrupção de todos os tempos.

O senador afirmou aos procuradores da República que a presidente indicou Marcelo Navarro para ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) com o objetivo de o mesmo votar pela soltura de empreiteiros presos na Lava-Jato. A ideia da petista era não apenas colocar os empresários em liberdade, mas evitar as colaborações premiadas que acabaram ocorrendo e colocaram o governo e a presidente À beira do abismo político.

Na opinião das autoridades que investigam o Petrolão, se as acusações contra se confirmaram, Dilma poderá ser investigada imediatamente, pois os crimes ocorreram no exercício do atual mandato. Considerando que trata-se de crime, a presidente não terá como se agarrar a penduricalhos jurídicos para escapar da investigação e, quem sabe, de uma condenação. Contudo, esse processo demanda tempo, ou seja, o melhor é a população pressionar insistentemente Dilma para que ela jogue a toalha.

A situação de Dilma torna-se ainda mais difícil porque Delcídio revelou que a presidente tentou em três ocasiões interferir na Lava-Jato, com a ajuda do ex-ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, atual advogado-geral da União. “É indiscutível e inegável a movimentação sistemática do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da própria presidente Dilma Rousseff no sentido de tentar promover a soltura de réus presos no curso da referida operação”, afirmou Delcídio

Não obstante, o senador mencionou em sua delação vários políticos, entre senadores de deputados federais que participaram direta ou indiretamente do Petrolão. Entre os acusados estão Gleisi Helena Hoffmann, ex-chefe da Casa Civil, e Humberto Souto, líder do governo no Senado.


Humberto Costa, que sempre saiu em defesa do governo no caso do Petrolão, é acusado de ter agido com desenvoltura em esquema de corrupção na refinaria de Suape, em Pernambuco, onde o parlamentar operava através da empresa White Martins. “Ele foi parceiro, entre outras empresas, da White Martins, que sempre contribuiu decisivamente para suas campanhas”, afirmou o delator.

Segundo Delcídio, o “operador” de Humberto Costa no esquema criminoso é o empresário Mario Beltrão. Além disso, o senador-delator destacou aos procuradores da República a proximidade de Costa com o ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, já condenado na Lava-Jato.

Em relação à senadora Gleisi Hoffmann, o delator afirmou que “se deve dar atenção especial” para o período no qual a petista paranaense, ex-chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff, foi diretora financeira da binacional Itaipu, quando vários negócios escusos envolvendo obras teriam passado por sua escrivaninha.

“O mesmo vale para as concessões do Porto de Santos, quando a mesma, como chefe da Casa Civil, teve atuação decisiva na definição das áreas leiloadas”, acrescentou o delator.

Delcídio declarou também que é “de notório conhecimento” a relação de Gleisi com a empresa Consist, confirmando inúmeras notícias do UCHO.INFO. De acordo com o senador sul-mato-grossense, a Consist acompanha a senadora e seu marido – o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva – desde a época em que foram secretários do ex-governador do Mato Grosso do Sul, Zeca do PT.

“A Consist, sempre atuou como braço financeiro dos mesmos, e como mantenedora das despesas do mandato da senadora Gleisi, nos últimos anos. Existem provas incontestáveis sobre isso”, disse Delcídio, para quem Paulo Bernardo sempre foi o “operador” da esposa.

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