Esfacelado em termos políticos-institucionais, sem contar o viés corrupto, o governo de Dilma Vana Rousseff, que agora oficialmente tem dono, caminha a passos largos na direção do próprio velório. Não bastasse a pífia cerimônia de posse de Lula como ministro da Casa Civil, que contou com palavras de ordem e gritaria, mas acabou anulada por decisão judicial, o governo agora luta contra o desembarque de alguns partidos da chamada base aliada.
Na quarta-feira (16), o PRB colocou o Ministério do Esporte à disposição da presidente Dilma Rousseff e desembarcou do governo mais corrupto da história nacional. Nesta quinta-feira, o PMDB deu sinais claros de que pode fazer o mesmo nas próximas horas. Isso porque a ausência do vice Michel Temer na cerimônia de posse de Lula foi um preâmbulo do desembarque.
Temer deixou de participar do evento no Palácio do Planalto porque o deputado federal Mauro Lopes (PMDB-MG) descumpriu decisão do partido e foi empossado como ministro da Secretaria da Aviação Civil. Ex-policial rodoviário federal, o que mostra a preocupação de Dilma de colocar a pessoa certa no lugar certo, Lopes já avisou que não deixará o partido e que a ausência do vice na cerimônia foi uma decisão sábia.
O PMDB, por sua vez, já contabiliza votos suficientes para reunir a direção do partido e decidir sobre o desembarque do governo de Dilma, decisão que fora postergada por um mês. Se for confirmada a saída do maior partido da chamada base aliada, a nomeação de Lula como ministro (está suspensa por decisão liminar da Justiça) torna-se inócua.
Na verdade, o ex-metalúrgico foi transformado em ministro de Estado apenas para evitar ser preso pelo juiz Sérgio Moro, responsável na primeira instância do Judiciário pelos processos oriundos da Operação Lava-Jato. Investigado por vários crimes (corrupção, lavagem de dinheiro, associação criminosa, falsidade ideológica e tráfico de influência), Lula seria preso nesta quinta-feira por ordem de Moro, não já estivesse gozando do foro privilegiado.
Aguardando apenas a decisão do PMDB, outros dois partidos devem deixar a base de apoio em breve: PP e PTB. Se isso acontecer, o governo de Dilma Rousseff terá chegado ao fim, pois o PT, o PCdoB e algumas legendas consideradas “nanicas” não darão conta do recado. Ou seja, o governo será massacrado nas votações no Congresso NAcional, sem contar que o processo de impeachment avançará com mais celeridade e chance de ser aprovado por placar acachapante.