Nesta quarta-feira (30), o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, afirmou que, apesar da crescente pressão internacional, o país não abandonará seu programa de mísseis balísticos.
“Eu aprovo o diálogo político em níveis internacionais”, declarou Khamenei, referindo-se ao acordo nuclear firmado em meados de 2015. Contudo, o líder iraniano destacou que o momento atual requer “tanto o diálogo como os mísseis”.
Vale lembrar que o Irã iniciou uma nova série de testes com mísseis no ano passado, com o último lançamento acontecendo no início de março deste ano.
Os testes causaram, no Oriente Médio e no Ocidente, o temor de que o acordo nuclear assinado em 2015 não foi o suficiente para deter as ambições militares e estratégicas do governo de Teerã.
Autoridades iranianas afirmam que os mísseis têm propósitos defensivos e não são desenhados para carregar ogivas nucleares.
Em dezembro do ano passado, o presidente Hassan Rouhani prometeu acelerar o desenvolvimento da capacidade balística do país após os Estados Unidos alertarem para novas sanções.
Os Estados Unidos acreditam que os mísseis iranianos de longo alcance são uma ameaça a Israel e a aliados do Golfo Pérsico. Em resposta aos últimos testes, Washington impôs novas sanções a onze entidades iranianas.
Para a Rússia, que estreitou seus laços políticos e de segurança com o Irã desde a assinatura do acordo, não há indícios de que os mísseis testados poderiam ser carregados com ogivas.
“Como os iranianos estão nos dizendo, os mísseis testados são incapazes de carregar ogivas. Não acreditamos que esses lançamentos estão violando a resolução 2231, uma vez que ela não proíbe esse tipo de teste”, apontou Mikhail Ulyanov, funcionário do Ministério das Relações Exteriores.