No dia em que a reforma ministerial de Dilma não aconteceu, Cid Gomes pede o impeachment de Temer

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No momento em que Dilma Rousseff tenta promover uma reforma ministerial, com o objetivo de barrar o impeachment e salvar o próprio mandato, sobram na órbita política oportunistas de olho em uma “boca rica” na Esplanada dos Ministérios.

A presidente da República cometeu crimes de responsabilidade ao praticar as chamadas “pedaladas fiscais”, o que ela nega a reboque da tese de que “o fim justifica os meios”, tudo no melhor estilo Robin Hood, mas seus aliados e aduladores pensam de maneira contrária. Por isso protagonizam espetáculos pífios e sem qualquer respaldo jurídico.

Ex-governador do Ceará, ex-ministro da Educação e irmão do destemperado Ciro Gomes, o agora pedetista Cid Gomes protocolou nesta sexta-feira (1º) um pedido de impeachment de Michel Temer. Alega Cid Gomes que o nome do vice-presidente foi citado por diversas vezes em delações de colaboradores da Operação Lava-Jato, por isso merece ser apeado do cargo.

Ao falar com os jornalistas, Cid afirmou que as citações nos depoimentos de colaboração premiada devem ser investigadas e que o pedido de impedimento de Temer se sustenta nesse fato. O UCHO.INFO não tem procuração para defender Michel Temer, mas mesmo que tivesse não o faria por questões éticas e de convicção. Se os crimes de responsabilidade cometidos pela presidente, largamente comprovados, não servem para justificar um pedido de impeachment, não há razão e muito embasamento jurídico para um citação em depoimento ser motivo para um pedido de impedimento do vice-presidente.

Não se trata de colocar Michel Temer no panteão dos probos e inocentes, até porque ninguém chega ao segundo cargo mais importante do País na esteira da tolice, mas é preciso ressaltar que Cid Gomes é figura menor na cena política nacional e há muito está longe da vitrine.


No documento, Cid Gomes alega que o vice-presidente da República e o PMDB são mencionados nas investigações da Operação da Lava-Jato, destacando mensagem de texto identificada no celular do ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, na qual foi mencionado o pagamento de R$ 5 milhões a peemedebistas.

“Foi revelado, por força da Operação Catilinárias [21ª fase Lava-Jato], o pagamento da quantia de R$ 5 milhões ao denunciado, valor cuja suspeita de origem ilícita é marcante, mormente pelas insuficientes explicações ofertadas pelo denunciado após a revelação de mensagens sobre o pagamento de tal quantia, por parte do senhor Léo Pinheiro, trocadas pelo denunciado e o presidente da Câmara dos Deputados, em cobrança por adiamento na quitação de compromissos com a ‘turma’”, destaca um trecho do pedido de impeachment protocolado contra o vice-presidente da República.

No documento, Cid solicita que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não analise o pedido de afastamento, já que o mesmo foi denunciado na Lava-Jato, solicitando, portanto, que a análise fique a cargo do vice-presidente da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA).

Se a teoria defendida por Cid Gomes é válida em termos jurídicos – o UCHO.INFO acredita que não – a presidente Dilma deveria ser alvo de mais alguns pedidos de impeachment, pois seu nome foi citado em vários depoimentos de colaboração premiada, com delatores garantindo que a petista sabia desde o início do escândalo em que se transformou a compra da refinaria de Pasadena (Texas) e recebeu no caixa de campanha dinheiro do Petrolão.

Como mencionado acima, este site não defende esse ou aquele político, pois afinal todos são iguais, mas cobra isonomia de tratamento aos mesmos, uma vez que nessa barafunda chamada Brasil ainda prevalece o dito do “pau que bate em Chico, bate em Francisco”. Sendo assim, Cid Gomes a essa altura deve estar ajoelhado e repetindo “Dilma, escutai a minha prece!”.

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