Fittipaldi derrapa na pista dos negócios, tem bens penhorados e culpa a crise

emerson_fittipaldi_1001

Um dos mais festejados nomes do automobilismo internacional, Emerson Fittipaldi enfrenta uma pane seca nas finanças pessoais e de seus negócios. O bicampeão da Fórmula 1 (1972 e 1974) e bicampeão das 500 Milhas de Indianápolis (1998 e 1993) enfrenta processos milionários na Justiça paulista. Ao todo são mais de 60 ações que tramitam nos tribunais do Estado de São Paulo contra Fittipaldi. Na lista de credores do ex-piloto estão bancos privados e públicos, prefeituras, empresários e até um posto de combustíveis, de acordo com reportagem da TV Record.

Em comunicado, Emerson Fittipaldi reconheceu as dívidas e afirmou que sua situação financeira é resultado do momento financeiro e político vivido pelo País.

Ao menos seis instituições financeiras – Bradesco, ABC, Safra, HSBC, Banco do Brasil e Itaú – recorreram à Justiça como forma de recuperar o valor de operações de créditos feitas ao ex-piloto. Os empréstimos dos bancos foram concedidos à empresa do piloto, a EF Marketing e Comunicação. O Banco do Brasil, por exemplo, move mais de dez ações contra Fittipaldi. Em uma das ações, o valor da causa é de R$ 3,4 milhões.

A Justiça de São Paulo determinou a penhora de um imóvel de Emerson e o bloqueio de pouco mais de R$ 2 mil em contas bancárias. Em outras duas ações do BB, os valores superam a marca de R$ 2 milhões. A Justiça determinou a penhora dos bens diante da impossibilidade de o devedor arcar com os valores pleiteados pelos credores.

O Banco ABC cobra R$ 393 mil por créditos concedidos ao ex-piloto, o Itaú pede mais de R$ 400 mil, enquanto o Safra está às voltas com uma cobrança no valor de R$ 747 mil.

As penhoras envolvem não apenas imóveis pertencentes a Emerson Fittipaldi ou a sua empresa, mas valiosos artigos de sua exitosa carreira esportiva. Sem recursos para quitar uma dívida de R$ 1,7 milhão, alvo de ação judicial movida por um ex-parceiro comercial (quebra de contrato), Emerson Fittipaldi teve penhorado o carro que pilotou na Fórmula Indy de 1993. O carro estava no museu do ex-piloto, em São Paulo. À prefeitura paulistana, Fittipaldi deve mais de R$ 50 mil em IPTU.


A palavra do campeão

Em comunicado oficial divulgado na noite de segunda-feira (4), Emerson Fittipaldi ressaltou que sua situação financeira é “resultado de um cenário financeiro e político instável que o Brasil inteiro enfrenta”. O ex-piloto afirma já estar trabalhando para equacionar as dívidas. Para isso, ele busca parcerias que possam ajudar a quitar seus débitos, que são “inferiores ao seu patrimônio”.

Confira abaixo a íntegra do comunicado:

“Com relação a recentes episódios veiculados nos meios de comunicação, Emerson Fittipaldi afirma que nunca omitiu dificuldades financeiras e que sempre esteve disposto a negociar com seus credores.

O volume de seus débitos, inferior a seu patrimônio, é resultado de um cenário financeiro e político instável que o Brasil inteiro enfrenta. Como todo brasileiro, Emerson Fittipaldi acredita que vai resolver esta questão com seu trabalho. Ele tem confiança no futuro do panorama econômico do país e na saúde financeira de suas empresas.

Emerson Fittipaldi enfatiza que nunca se negou a dar entrevistas sobre o assunto e que busca parcerias e soluções para esta situação. O escritório de Emerson sempre esteve aberto e acessível a todos no mesmo endereço há mais de 20 anos.

Os carros de competição e troféus conquistados pelo bicampeão de Fórmula 1 e das 500 milhas de Indianápolis pertencem a um Museu dedicado a todos os brasileiros que amam automobilismo e, assim que esta questão for resolvida, voltarão ao local de origem. Emerson lamenta muito o ocorrido, mas não se abate diante das dificuldades e está confiante na solução destes problemas.”

apoio_04