Desesperada e dissimulada, Dilma volta a falar em golpe durante evento-comício no Planalto

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Durante anos, em tempos passados, Dilma Rousseff atuou na clandestinidade a bordo de alcunhas – Wanda, Patrícia, Estela – para, ao lado de “companheiros de armas”, tentar dar um golpe e implantar no Brasil um regime comunista. A agora presidente e seus camaradas perderam o jogo e foram alçados à mira do regime militar. Tudo errado, pois totalitarismo, de esquerda ou de direita, é totalitarismo. Portanto, condenável.

Passados mais de cinquenta anos do golpe militar, Dilma, agora no poder central, volta a inserir o golpe no cardápio do próprio cotidiano. Acusada de cometer crime de responsabilidade, a presidente é alvo de processo constitucional e legítimo de impeachment, que tramita na Câmara dos Deputados, as a petista insiste em dizer que se trata de um golpe. Aliás, tudo para Dilma no momento atual é golpe. Até mesmo se o pão do café da manhã estiver murcho é golpe arquitetado pelo padeiro.

Esse discurso enfadonho de quem sabe que de novo perdeu o jogo há muito perdeu o prazo de validade, mas os petistas teimam em mantê-lo em voga apenas porque é preciso não apenas salvar o mandato de Dilma, mas o projeto criminoso de poder do PT.

Em mais um evento oficial que transformou o Palácio do Planalto em palanque contra o impeachment, Dilma, que se esforça para mostrar à opinião que ainda conta com apoio da população, voltou a falar em golpe. O assunto está sendo banalizado a tal ponto pela presidente, que no dia em que acontecer de fato um golpe no País o cidadão não perceberá. Desta vez, Dilma cometeu a irresponsabilidade de afirmar que o vazamento de partes da delação premiada de Otávio Marques de Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez e investigado na Operação Lava-Jato, é golpe.

Disse Dilma que a publicidade dada ao depoimento de Marques é um “vazamento premeditado e direcionado” com objetivo de criar um “ambiente propício ao golpe” às vésperas da votação do impeachment no plenário da Câmara.

De acordo com Dilma, “passou de todos os limites” o que chamou de “seleção muito clara de vazamentos” no País. Contando no Ministério da Justiça com um simpatizante da arte bandoleira do PT e que aderiu facilmente ao mantra desesperado do “não vai ter golpe”, a presidente ordenou ao ministro Eugênio Aragão, que já mostrou a que veio, que tome as medidas cabíveis ao caso, como se o Brasil vivesse sob o manto criminoso do bolivarianismo.

“Na trama golpista, gostaria de destacar o uso de vazamentos seletivos. A nossa Constituição Federal garante a privacidade e proíbe vazamentos que hoje são premeditados e direcionados, com claro objetivo de criar ambiente propicio ao golpe”, criticou. “Nós poderemos nos próximos dias ter vazamentos oportunistas e seletivos e pedi ao ministro da Justiça a rigorosa responsabilidade por eles”, afirmou Dilma.

Em discurso típico de ditadores, longo e cansativo, Dilma mais uma vez destilou a desconexão do próprio pensamento. E voltou a dizer que impeachment sem crime de responsabilidade é golpe. Mas alguém precisa explicar a essa senhora que o pedido de impeachment que avança na Câmara está baseado em crimes de responsabilidade que ela própria cometeu. Então não há golpe.


A parte mais absurda do falatório presidencial ficou por conta do trecho em que Dilma garantiu que perdeu ou perderá o controle e nem o eixo. Até porque, se isso acontecer a Praça dos Três Poderes irá pelos ares, pois quem conhece a presidente sabe da truculência e intransigência com as pessoas.

“Submeter-me ao impeachment ou pedirem que eu renuncie é um golpe de Estado. Um golpe dissimulado, com pretexto e verniz de legalidade”, disse. “Não perco o controle, não perco o eixo, não perco a esperança. Porque sou mulher e me acostumei a lutar por mim e pelos que amo.”

Que ninguém se deixe levar por essas palavras supostamente emotivas, pois Dilma é fria o suficiente para lutar até o fim apenas por ela mesma. Esse discurso mentiroso serve para ludibriar novamente a parte desavisada da opinião pública.

Depois de errar grosseiramente durante cinco anos na condução da política econômica, Dilma não poupou os presentes e disse que os defensores do impeachment sabem que são “imensos os riscos a que submeterão o País”. A crise que afeta o Brasil é tamanha, que só ficará pior de Dilma continuar no cargo, como já demonstrou o mercado financeiro em várias ocasiões. Não contente, a presidente sugeriu um pacto nacional que contemple “urgente reforma política” e o fim das “pautas-bomba”, além da retomada da geração de emprego e renda.

“O Brasil hoje precisa de um grande pacto, mas nenhum pacto ou entendimento prospera se não tiver como premissa o respeito pela legalidade e pela democracia”, disse, fazendo questão de frisar que só deixará o cargo em janeiro de 2019.

Para que não restem dúvidas sobre a fala insana da presidente da República, vamos aos fatos. Desde que chegou ao Palácio do Planalto, ainda na condição de chefe da Casa Civil, Dilma vem se envolvendo com golpes. Em alguns casos como cúmplice, em outros como protagonista. Houve o golpe de Pasadena, o golpe da inflação, o golpe da crise econômica, o golpe do Petrolão, o golpe da conta de luz, o golpe da gasolina, o golpe dos medicamentos. O golpe da campanha presidencial de 2014, o pior deles. Enfim, golpes de todos os tipos e para todos os gostos.

Em relação a vazamentos, Dilma não tem moral para tratar do assunto. Enquanto esteve no comando da Casa Civil, a petista ordenou o vazamento das contas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e da ex-primeira-dama Ruth Cardoso. Na corrida presidencial de 2010, Dilma se apequenou diante do vazamento de dados fiscais da filha e do genro de seu adversário, José Serra, e de outros tucanos de fina plumagem.

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