Lava-Jato: delação de ex-presidente da Andrade Gutierrez complica a situação da dissimulada Dilma

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O tempo avança e a presidente Dilma Vana Rousseff perde cada vez mais as condições básicas para estar à frente dos destinos da nação. Com delações premiadas pululando no âmbito da Operação Lava-Jato, que desmontou o maior esquema de corrupção de que se tem notícia, o Petrolão, a petista vê seu calvário político crescer de forma exponencial.

Ex-presidente da Andrade Gutierrez, empreiteira investigada na Lava-Jato, Otávio Marques de Azevedo revelou, em depoimento de delação premiada, detalhes comprometedores sobre as campanhas presidenciais petistas de 2010 e 2014, quando Dilma se elegeu e reelegeu à Presidência.

Na colaboração premiada que está prestes a ser homologada pela Justiça, Azevedo afirmou às autoridades da força-tarefa que as doações às duas campanhas de Dilma Rousseff foram efetivadas com dinheiro de propina. O que compromete ainda mais a situação da presidente, que no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é alvo de Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) por abuso de poderes econômico e político, com chance de ser apeada do poder por conta de cassação da chapa que formou com Michel Temer, o vice.

É a primeira vez que um empresário investigado na Lava-Jato detalha o esquema de financiamento de partidos através de propinas, oriundas em contratos públicos e legalizadas na forma de doação eleitoral.


Em 2014, a Andrade Gutierrez doou R$ 20 milhões para o comitê da campanha de Dilma. Na tabela que sintetiza o financiamento eleitoral e foi entregue à Procuradoria-Geral da República durante a negociação do acordo de colaboração premiada, Azevedo e um ex-executivo da empreiteira, Flávio Barra, afirmam que cerca de R$ 10 milhões doados às campanhas de Dilma estão relacionados à participação da empresa em contratos de obras públicas. Não está claro, contudo, se o valor destinado a Dilma foi doado ao comitê de campanha da petista ou ao Diretório Nacional do PT.

Azevedo disse aos procuradores da República que o dinheiro sujo que engordou o caixa da campanha de Dilma Rousseff tinha como origem contratos para a execução das obras do Complexo Petroquímico do Rio, da usina nuclear de Angra 3 e da hidrelétrica de Belo Monte.

O ex-presidente da Andrade Gutierrez desceu aos detalhes em seu depoimento e dissecou o que era doação oficial e o que propina travestida de doação. De acordo com Azevedo, parte das doações era “compromissos com o governo” por conta das obras, ou seja, propina, parte era doação oficial, o que ele chamou de “republicana”.

Considerando que o processo de cassação da chapa Dilma-Temer ainda tramita no TSE, a delação de Otávio Marques de Azevedo aumenta sobremaneira a chance de a petista e seu vice serem apeados do poder nos próximos meses. O que para os brasileiros de bem seria o melhor dos cenários.

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