Impeachment: advogado-geral “desce” do cargo e aceita ser moleque de recados de Dilma

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Aproximando-se perigosamente de Dilma Vana Rousseff, o processo de impeachment levou a presidente da República a usar a máquina estatal para defender um mandato indefensável. Não bastasse o proxenetismo político do lobista-palestrante Lula, que despacha em uma suíte de hotel de Brasília na condição de verdadeiro dono do governo, distribuindo cargo e verbas públicas a quem estiver disposto a trair a sociedade e votar contra o impedimento, o advogado-geral da União, José Eduardo Martins Cardozo, transformou-se em moleque de recados do palácio do Planalto.

No domingo (10), Cardozo deixou a capital paulista e rumou para a cidade de São Vicente, no litoral sul do estado, para um rápido encontro com Márcio França, presidente estadual do PSB, partido que um dia já apoiou o governo bandoleiro que destruiu o País em apenas uma década. Vice-governador de São Paulo, França ouviu do advogado-geral um pedido desesperado para que a legenda não votasse a favor do impeachment.

A decisão tomada por Márcio França foi que o partido é favorável ao impedimento de Dilma, mas não fechou questão em torno do tema. Ou seja, os deputados federais da legenda poderão votar de acordo com a própria consciência, o que abre espaço para, na reta final, o governo investir contra esses parlamentares e tentar reverter um placar que cada vez mais mostra-se desfavorável ao Planalto.


Questionado por jornalistas sobre sua repentina viagem à cidade do litoral paulista, José Eduardo Cardozo disse que estava perto e decidiu visitar um amigo. Desculpa no mínimo esfarrapada para quem está às voltas com o processo de impeachment. Na tarde desta segunda-feira (11), na Comissão Especial do Impeachment, Cardozo defenderá a presidente momentos antes do início da votação do relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), favorável ao impedimento.

O Brasil ainda é uma democracia e por isso o AGU pode dizer o que quiser, inclusive mentir, mas querer que os brasileiros acreditem que seu encontro com o presidente nacional do PSB foi uma casualidade é desdenhar a capacidade de raciocínio da população.

Depois de patrocinar o período mais corrupto da história nacional, com destaque para o escândalo do Petrolão, Dilma comete crime de responsabilidade ao se valer da estrutura do Estado para tentar salvar o próprio mandato. Considerando que José Eduardo Cardozo defenderá Dilma das acusações envolvendo as “pedaladas fiscais” no final da tarde desta segunda-feira, sua ida a São Paulo foi tecnicamente desnecessária, mesmo sob a desculpa de que o AGU precisava visitar a família.

Na condição de ministro de Estado, Cardozo tem a prerrogativa de não viajar em aviões de carreira, usando para tanto aeronaves do governo em seus deslocamentos, mas os custos de sua ida à cidade do litoral de São Paulo precisam ser debitados na conta de alguém. Se Dilma não tem recursos para bancar esse devaneio político, que o PT financie esses gastos com o mesmo dinheiro que está sendo usado para manter o luxuoso e informal gabinete do quase ministro Lula na capital dos brasileiros.

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