Senado deverá ser célere no impeachment sob pena de o País ficar sem governo, diz Caiado

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Em entrevista concedida na tarde deste domingo (17), o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) afirmou que a partir da aprovação da admissibilidade do impeachment na Câmara, o Senado deverá ter compromisso com a celeridade do trâmite na Casa. Para o líder do Democratas, que conversou com jornalistas no salão Verde da Câmara Federal, o alongamento do processo pode aprofundar a desestabilização da economia brasileira e o clima de enfrentamento no país.

O parlamentar disse que é possível, no prazo de cinco a dez dias, levar o impeachment para apreciação no plenário do Senado e consolidar o afastamento da presidente Dilma até que o mérito do processo seja votado pelos senadores. Caiado reforça que este prazo respeita rigorosamente as regras constitucionais que estabelece prazos máximos, não estipula limites mínimos.

“Temos que entender que na data de hoje, no momento em que for apreciada a admissibilidade até o afastamento da presidente, quanto mais o tempo for prorrogado maior será o desgaste da ausência de governo. A presidente não tem sequer um quadro de ministros, é um exército batendo em retirada, é um desgoverno. Teremos uma situação inédita de o país ficar sem governo a partir da noite de hoje. Então, por uma questão até de responsabilidade política, deve haver com celeridade a ocupação do governo pelo vice-presidente para que possamos dar continuidade do processo de impeachment. E ação política para traçarmos um plano de governo com mudanças substantivas que temos que fazer”, ponderou Caiado.


O parlamentar explicou que, após essa etapa na Câmara, a admissibilidade do impeachment será apreciada no Senado e, se aprovada, a presidente será afastada quando haverá prazo de até 180 dias para que os senadores apreciem o mérito da matéria em sessão presidida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal. É sobre a admissibilidade no Senado que Ronaldo Caiado defende a celeridade para que seja iniciado o processo de recuperação do país.

O líder do Democratas no Senado avaliou que as mudanças que o próximo governo deverá promover serão duras, mas necessárias e pautadas pela ética e moralidade. “As pessoas não podem sonhar que as mudanças não serão com um medicamento amargo. Vai ser um processo que vamos nos basear em compromissos com a ética, com a moralidade e com o espírito público. Esse será o compromisso do meu partido com o próximo governo a ser instalado. Não estaremos ali para fazer leilão de cargos e muito menos e permitir que haja outra prática que não seja a republicana, sabendo que o governo tem que dar o primeiro passo. Qual é o primeiro passo? Poder mostrar que tem capacidade de cortar na carne sim: ‘dizer, olha vou fazer um corte na máquina do governo substantivo para que a sociedade brasileira se sinta confortável, pelo menos encorajada, para poder contribuir com este momento do país”, analisou.

“Quando 342 deputados disserem sim, não será o Senado por maioria simples que vai deixar de dizer sim. É uma questão só de tempo. Politicamente já estará definido. A celeridade no Senado será necessária para evitar que o Brasil sangre ainda mais, que haja mais discórdia, mais enfrentamento. O Brasil não aguenta ficar mais tempo sem total governabilidade”, finalizou.

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