Autoproclamado “muso anti-impeachment’, Requião vê cargos na Itaipu irem por água abaixo

roberto_requiao_1006

Em troca de seu apoio a Dilma Rousseff contra o impeachment, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) loteou entre seus amigos e parentes alguns dos melhores cargos da Itaipu Binacional. A usina é uma mega-hidrelétrica que o Brasil compartilha com o Paraguai e que mantém entre seus quadros alguns dos melhores salários do planeta, além de um cipoal de mordomias de fazer inveja a marajás.

Requião, que chegou a ser chamado de “muso do anti-impeachment” por bajuladores, “vendeu”, mas não entregou. Além de esbravejar contra os golpistas no Twitter e sugerir que os deputados fugissem de Brasília e desligassem seus celulares para evitar pressões dos eleitores, nada fez de prático.

Nem mesmo seu sobrinho, o deputado federal João Arruda (PMDB-PR), teve coragem de votar contra o impeachment. Para o constrangimento do senador, conhecido pelo estilo bravateiro, sua liderança não se estende nem sobre os familiares.


Quem ficou em situação difícil foi o filho do senador, o deputado Maurício Mello e Silva (PMDB-PR), conhecido como Requião Filho, que disputará a prefeitura de Curitiba na eleição de outubro próximo. A previsão é que Bob Filho, como é conhecido o filho de Requião, passe boa parte da campanha à prefeitura da capital paranaense explicando porque seu pai trocou seu apoio a Dilma por um punhado de cargos na Itaipu.

O senador, que gosta de bradar um falso discurso de esquerda, em que proliferam citações à Carta de Puebla (opção preferencial pelos pobres), tem apreço desmesurado por cargos bem remunerados.

Requião acumula o salário de senador (R$ 35 mil) com o de ex-governador (R$ 32 mil) e, sempre que pode, transfere às costas largas do contribuinte suas de “bon vivant” contumaz. Existe até quem diga que, longe dos eleitores, entre a Carta de Puebla e uma boa ‘carta de vinhos’ de alto padrão o senador paranaense certamente opta pela segunda.

apoio_04