Passar o Brasil a limpo exige paciência, estratégia e perseverança; impeachment é apenas o começo

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Os petistas preferem ignorar a realidade, mas o governo de Dilma Vana Rousseff está em seus suspiros derradeiros. A presidente ainda tenta reverter o irreversível com medidas que bambeiam entre o amplo direito de defesa e o desespero desmedido, mas é impossível negar o fim melancólico de um governo corrupto, perdulário, incompetente e paralisado.

Quando aliados supostamente leais começam a jogar a toalha, no melhor estilo rato saindo do porão, é porque não há mais o que fazer. O que se vê atualmente no Brasil pode ser comparado a uma laranja podre que tem uma de suas metades destruída, sendo que a outra poderá sobreviver por mais algum tempo.

É válido querer passar o Brasil a limpo de uma vez, mas a forma desatenta como o brasileiro tratou a política nas últimas décadas, desde a retomada da democracia, comprometeu o todo de uma maneira que impede manobras radicais. Tem-se um monstro faminto diante de um prato de comida, mas é suicídio impedi-lo de comer repentinamente apenas porque é preciso mudar.

O conteúdo desta matéria certamente decepcionará alguns leitores, mas é preciso reconhecer que o momento atual exige paciência e estratégia de enxadrista. Afinal, não se pode encarar uma organização criminosa, disposta a tudo, sem agir com cautela e precisão. Não estamos falando apenas do PT, mas da classe política como um todo. Isso porque política faz-se apenas com dinheiro muito dinheiro. E debaixo dessa cornucópia imunda ninguém se salva.


De tal modo, o caminho agora é agir como o lendário “Jack, O Estripador”, eliminando por partes o tumor que representa a atual classe política na vida do País. Sendo assim, o primeiro passo é se livrar do partido que comandou o período mais corrupto da história nacional. Em seguida, os brasileiros precisam se ocupar do PMDB, mais precisamente de Eduardo Cunha, Michel Temer e seus comparsas.

Alguns hão de perguntar sobre a razão de se aceitar uma mudança que leva Temer ao poder central. Como explicado acima, é preciso minar a quadrilha de forma homeopática, quebrando sua estrutura aos poucos. De nada adianta mandar tudo pelos ares, pois isso levaria a novas eleições em breve, o que significa mais do mesmo.

Decisões inflexíveis e impensadas no que tange a governos e governantes não produziram bons resultados, como mostra a História recente. Nessa quebra de paradigma sempre surge alguém pior a vender ideias mirabolantes. O melhor é aceitar que há muito a se fazer e que essa empreitada tem como objetivo deixar um Brasil melhor para as próximas gerações, mesmo que não nos beneficiemos do esforço que teremos de empreender.

Se para tirar do poder uma organização criminosa que apostava na perpetuação demorou treze anos, não é difícil imaginar quanto tempo será necessário para que a faxina seja completa. Ou abraça-se a causa ou desiste-se do Brasil. A escolha é sua!

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