Após discurso na ONU, Dilma concede entrevista e volta a falar em golpe parlamentar e injustiça

(Sabrina Passos - RBS)
(Sabrina Passos – RBS)

O plano de Dilma Rousseff de transformar a tribuna do plenário da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, implodiu em questão de horas. A presidente brasileira tinha decidido participar do evento de assinatura do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas como forma de criticar o Brasil por conta do suposto golpe parlamentar que, na opinião da petista, está em marcha, mas foi aconselhada a mudar o tom do discurso para não piorar a situação.

Depois fazer breve menção à crise brasileira, em sua fala sobre mudanças climáticas, Dilma tentou organizar um encontro com presidentes da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), mas tem não logrou êxito. Na sequência, a presidente concedeu entrevista a jornalistas, ocasião em que afirmou ser vítima de um golpe.

“Me julgo uma vítima. Sou injustiçada. Tem que ser me dado o direito de cumprir meu mandato”. O que Dilma custa a aceitar é que no Brasil há uma legislação vigente e que o crime de responsabilidade existiu no vácuo das chamadas “pedaladas fiscais”.


Ao falar da família, após ser questionada sobre os efeitos da crise política no âmbito familiar, a presidente disse: “Eles estão sofrendo muito”. Se cada integrante da família da presidente conhece o seu temperamento e a pouca vocação da petista para a governança, não deveria estar assustados com os desdobramentos da mais grave e múltipla crise da história nacional.

Como sempre afirma o UCHO.INFO, Dilma, como cidadã, tem direito à livre manifestação, mas na condição de presidente deveria dar o exemplo, em especial no que se refere ao respeito às leis.

A ida de Dilma Rousseff a Nova York, para participar do evento da ONU, possivelmente foi a sua última viagem internacional como chefe do governo brasileiro, pois seu afastamento do cargo deve ser decidido dentro de no máximo três semanas. Uma vez afastada da Presidência, Dilma dificilmente retornará ao Palácio do Planalto, principalmente porque já há votos suficientes para aprovar seu impeachment.

A situação é tão crítica, que integrantes do governo e da cúpula do PT já jogaram a toalha, apesar de diante de câmeras e microfones adotarem o discurso da resistência até o final. Lula, o lobista-palestrante, que até outro dia vinha atuando como rufião político do governo, admite a pessoas mais próximas que após Dilma ser afastada não terá retorno.

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