Nesta sexta-feira (22), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot Monteiro de Barros, confirmou notícia do UCHO.INFO publicada há mais de dez anos, mais precisamente em agosto de 2005: um novo esquema de corrupção (hoje batizado de Petrolão) acabara de entrar em funcionamento à época para substituir o Mensalão do PT.
Quase quatro anos depois, em janeiro de 2009, o editor deste portal, juntamente com o empresário Hermes Magnus, levou à Procuradoria da República as denúncias acerca do esquema de corrupção que sangrou os cofres da Petrobras durante uma década.
A afirmação de Janot se deu durante o evento “Brazil Conference”, realizado pela Universidade Harvard e pelo “Massachusetts Institute of Technology” (MIT). Afirmou o procurador-geral: “O Mensalão e o Petrolão foram uma “operação única, articulada para lesar os cofres públicos”.
“Os fatos mostram que a operação revelada pela Ação Penal 470 (mensalão) e a Lava-Jato estão interligados. O mensalão era a ponta do iceberg”, destacou Janot. Ele também defendeu o recurso da delação premiada para o avanço das investigações. “21% das colaborações premiadas na Lava Jato são de pessoas presas”, ressaltou.
O procurador-geral negou veementemente que a crise política e econômica que o Brasil enfrenta atualmente tenha sido gerada pela investigação dos escândalos de corrupção. “O que aconteceu é que descobrimos um descomunal esquema de corrupção. Um círculo nada virtuoso: o poder político facilita acessos a recursos. E quanto mais acesso a recursos se tem, mais se tem poder político”, ressaltou. “Quanto à economia, acreditamos que os investidores querem segurança e transparência”.
Sobre a crise no Brasil, Janot disse que só é possível ter uma certeza, a de que “um dia ela acaba”. Apresentado como um “pilar que pode sustentar a democracia no Brasil”, o PGR proferiu palestra e depois respondeu a perguntas do público.
Ainda em 2005, como prova de que nossa denúncia estava no caminho certo, o falecido deputado federal José Janene (PP-PR), mentor intelectual do Petrolão, fez seguidas ameaças ao editor. Sem dar fôlego aos criminosos e persistindo na investigação que lhe rendeu acusações – por parte de colegas de profissão – de que sofria de esquizofrenia, o jornalista sabia que cedo ou tarde alcançaria os verdadeiros protagonistas do maior escândalo de corrupção de todos os tempos.
