Retaliação por impeachment: após mal-estar, delegação brasileira abandona reunião do Mercosul

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Nesta segunda-feira (25), a cerimônia em comemoração aos 25 anos do Mercosul, realizada no Uruguai, começou com um mal-estar entre a delegação brasileira e o presidente do Parlasul, o argentino Jorge Taiana. Os 14 parlamentares brasileiros que participavam do evento foram posicionados nas últimas cadeiras, atrás dos assessores técnicos das demais delegações.

O isolamento provocou grande desconforto no grupo, que sempre ficava entre as primeiras fileiras, e gerou uma imediata reação: a saída em debandada da cerimônia, permanecendo apenas os deputados petistas Ságuas Moraes (MT) e Benedita da Silva (RJ), além de Jean Wyllys (PSOL-RJ).

De acordo com a delegação brasileira, o lugar reservado ao grupo foi visto como clara retaliação por parte de Taiana, que nos últimos dias classificou o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff como um “golpe parlamentar”, comparando-o à destituição de Fernando Lugo, ex-presidente do Paraguai.

O argentino também afirmou que a ação é um esforço da direita para desestabilizar o governo e evitar o retorno de Lula à presidência em 2018. Esse discurso insano e descabido, que interfere nas questões internas brasileiras, encontra explicação no fato de que Taiana foi ministro de Relações Exteriores no governo Kirchner (2005 a 2010).

“Não cabe a ele fazer esse tipo de julgamento, a não ser que tivesse sido produto de algum debate”, afirmou o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), um dos que deixaram a cerimônia.


O deputado Marcelo Aro (PHS-MG) fez coro: “o presidente do Parlasul se rebaixou a um militante do PT. Ele deveria honrar o cargo e não se intrometer nas decisões das nossas instituições”. E continuou: “a localização da nossa delegação tem uma simbologia muito grande. Ele quis dar um recado muito claro de retaliação ao processo de impeachment, e ele não tem o direito de nos retaliar”.

De acordo com relatos, o senador Roberto Requião (PMDB-PR), presidente da delegação, concordou com a retirada do grupo. O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, ainda tentou contornar o mal-estar diplomático e pediu o retorno do grupo à cerimônia, mas não foi atendido.

Os parlamentares estão estudando a elaboração de uma nota de repúdio ao presidente do Parlasul. O evento no Uruguai termina na terça-feira (26), após a reunião de sessões plenárias. “Nós vamos reagir”, promete o presidente do PTB, Benito Gama (BA).

Taiana é mais um dos amestrados oráculos da esquerda bandoleira que grassa na América Altina, por isso seu discurso contrário ao processo de impedimento de Dilma Rousseff. Se a preocupação do presidente do Parlasul é com a preservação da democracia, que ele dedique tempo para encontrar uma forma de punir a Venezuela, onde liberdade é uma palavra que existe apenas nos dicionários.

Nos bastidores, comenta-se que Jorge Taiana tentará aprovar, na reunião, uma nota conjunta contra o impeachment de Dilma Rousseff. A oposição brasileira e membros de países que respeitam a soberania do Brasil prometem rechaçar o golpe do presidente do Parlasul, que está alinhado com o discurso dos petistas e comunistas brasileiros.

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