Ciente de que o cronômetro do impeachment corre de forma implacável, PT insiste na tese do golpe

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Irresponsável e chulo, como sempre, o lobista-palestrante Lula, ao dirigir-se a uma plateia recheada de integrantes de partidos de esquerda de vários países, disse que o impeachment de Dilma Rousseff é golpe e que o Brasil, após a confirmação do afastamento da petista, terá uma batalha democrática. Conhecendo o modus operandi do partido político que acertadamente já foi comparado a uma organização criminosa, não causará surpresa se os tutelados pela legenda saírem às ruas de todo o País para tentar instalar o caos. Mas o brasileiro não pode se intimidar, pois nada de ilegal há no referido processo.

Tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado a legislação vigente e o rito estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal estão sendo cumpridos à risca, o que afasta qualquer possibilidade de golpe, assim como anula discursos oportunistas nesse sentido.

Nesta terça-feira (26), durante a eleição do presidente e do relator da Comissão Especial do Impeachment, no Senado, integrantes da base do governo não abandonaram o discurso do golpe, pelo contrário, insistiram no tema como se Dilma não tivesse cometido crime de responsabilidade ao adotar as chamadas “pedaladas fiscais” e editar, sem autorização do Congresso, decretos de suplementação orçamentária.

A ordem no PT é insistir na tese do golpe, mesmo que isso nada mude o resultado da votação que acontecerá no próximo dia 6 de maio na Comissão do Impeachment, onde há maioria consolidada a favor do afastamento de Dilma Rousseff. A ideia do partido é disseminar a falácia do golpe como forma de, surtindo resultado, colocar a opinião pública contra o Parlamento, a quem cabe decidir sobre o tema.

Contudo, o PT esquece que pelo menos dois terços da população brasileira cobram o fim imediato do mais corrupto governo da história nacional, sendo que nesse contingente estão muitos dos 54 milhões de eleitores que votaram em Dilma e são recorrentemente citados nos discursos dos “companheiros”.


Não obstante o enfadonho e inócuo discurso do golpe, os petistas têm feito afirmações que passam ao largo da verdade. Dizem que o PSDB não aceitou a derrota nas urnas e quer chegar ao poder por meio de vias transversas, mas ignoram o fato de que o impedimento de Dilma colocará Michel Temer no principal gabinete do Palácio do Planalto. Até o fechamento desta matéria, Temer continuava filiado ao PMDB, não ao PSDB.

Outro claro sinal de desespero dos petistas se materializa na artimanha de culpar Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, pelo processo de impeachment e pela grave e múltipla crise que chacoalha o Brasil. Nesse coquetel insano e mitômano há lugar para Aécio Neves, senador por Minas Gerais e presidente nacional do PSDB, que continua demonstrando sua inequívoca incompetência para liderar a oposição.

Em suma, o que o PT tenta com essas manobras espúrias é não apenas procrastinar ao máximo o processo de impeachment – e muitas armadilhas surgirão no caminho até o dia da votação do relatório –, mas convencer a massa ignara de que em marcha no País há um golpe declarado, o que não é verdade.

Se impeachment fosse golpe, como alegam os “camaradas” que defendem o mandato criminoso de Dilma, o PT deveria rever a própria história, pois enquanto oposição o partido se valeu desse dispositivo legal para, requisitando o impedimento de alguns presidentes (Itamar Franco e FHC), fustigar os adversários. Sem contar o impeachment de Fernando Collor de Mello, que foi ejetado do poder por crime que hoje seria objeto de juizado de pequenas causas.

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