Após dois dias de intensas negociações com líderes partidários, o rei Felipe VI anunciou nesta terça-feira (26) que nenhum partido tem apoio suficiente para formar um governo na Espanha. Com o fracasso da terceira e última tentativa de estabelecer uma coalizão, novas eleições serão realizadas em junho próximo no país, que está sem governo eleito há mais de quatro meses.
O anúncio do rei dá início a um processo constitucional para dissolver o Parlamento e convocar novas eleições. A população espanhola deverá voltar às urnas no dia 26 de junho, no entanto, a declaração oficial sobre essa convocação será realizada somente no dia 3 de maio, disse o porta-voz dos parlamentares, Patxi Lopez.
A constatação da impossibilidade de formação de um governo aconteceu após mais de 18 semanas de impasse depois da eleição em dezembro que resultou no pleito mais fragmentado da história espanhola moderna.
O governista Partido Popular (PP) obteve 123 dos 350 assentos da Câmara baixa. O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) conseguiu 90, o partido esquerdista e anti-austeridade Podemos chegou a 69, e o centrista Ciudadanos, a outros 40.
O único acordo obtido neste período, entre PSOE e Ciudadanos, foi insuficiente para romper o impasse e levou todos os partidos a se culparem mutuamente pelo fracasso.
As pesquisas de opinião sobre uma nova votação, na qual os mesmos candidatos concorreriam, apontam para um resultado muito semelhante ao de dezembro, o que poderia gerar mais meses de paralisia política na Espanha. (Com agências internacionais)