A senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) tem feito todos os esforços, no limite de sua escassa competência e de seu minúsculo discernimento, de envergar a fantasia de principal defensora de Dilma Rousseff na Comissão Especial do Impeachment (CEI) do Senado.
O papel de “advogada do diabo” ficaria mais crível se a própria Gleisi não fosse a senadora sobre quem recai o maior número de denúncias graves de corrupção no escândalo bandoleiro conhecido como Petrolão.
Denunciada por cinco delatores da Operação Lava-Jato, principal investigada na Operação Pixuleco II (18ª fase da Lava-Jato) e indiciada juntamente com o marido por corrupção passiva, Gleisi carrega sobre os ombros acusações graves e complexas. Cada vez que garante a inocência de Dilma em suas incursões na CEI, independentemente de devaneios e gafes, Gleisi ganha ares de piada pronta. Mal comparando, é como se Al Capone assumisse a defesa de Don Corleone.
A situação ridícula de uma acusada por um cipoal de crimes graves apregoar a inocência de outra acusada, não inibe Gleisi de se dedicar à defesa de Dilma de rforma ininterrupta. Quando não está no Senado destilando teses utópicas e disparates discursivos, Gleisi ocupa-se da defesa da “presidenta’ nas redes sociais, em especial no Twitter e no Facebook, além da gravação de vídeos com sandices de todos os naipes.
Em típica intervenção no Facebook, Gleisi apresenta o que lhe parece ser um poderoso argumento contra o afastamento de Dilma: “O que está acontecendo é que se formou uma maioria contra o governo e contra Dilma e resolveram tomar-lhe o mandato. Sem comprovar qualquer crime de responsabilidade, sem qualquer base jurídica. Mas vamos resistir e lutar até o fim!!”
Mesmo assim, a senadora paranaense, que envergonha os eleitores do importante estado sulista, às vezes tem lampejos de lucidez, como quando reconheceu que o impedimento de Dilma tornou-se inevitável por falta de condições políticas e econômicas, Só faltou a parlamentar petista admitir que o governo da companheira de legenda está arruinando o Brasil.
“Então o que nós estamos fazendo aqui? O que estamos vendo é um jogo de cartas marcadas, com gado no brejo indo para o matadouro. Deveríamos poupar o tempo do Senado e da Nação. Este é um processo viciado”.
Esses momentos, no entanto, são breves e o espírito da antiga militante do PCdoB logo volta a despontar e ela garante, mais uma vez, que o PT e seus aliados aloprados hão de “resistir até o fim”.
