Líder do Democratas no Senado Federal, Ronaldo Caiado (GO) elogiou o relatório apresentado pelo senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) na Comissão Especial do Impeachment e ressaltou o caráter “reiterado” do crime de responsabilidade cometido pela presidente Dilma Rousseff, conforme apresentado no parecer.
“O mais importante do relatório do processo de impeachment foi o conceito do ‘crime reiterado’. A fraude das pedaladas passou a ser prática do PT no governo, tomaram como costume usar um único dinheiro para pagar duas despesas. Um processo que foi acumulando até que a casa caiu. Uma vez revelada a fraude das pedaladas e dos decretos, todos aqueles que enganavam a população foram desmascarados. A começar pela presidente”, afirmou Caiado durante a sessão de debate na quinta-feira (5).
Para o democrata, o relator provou sua aptidão intelectual para a função ao apresentar um documento embasado, contextualizando item a item do parecer.
“Anastasia provou ter completo domínio sobre o tema. Hoje, novamente, quando o advogado-geral da União, Eduardo Cardozo, apresentou 15 questionamentos ao texto, novamente Anastasia desmontou um por um. A apresentação do relator repetiu momentos raros do Senado, lembrou grandes oradores a exemplo de Paulo Brossard e Jarbas Passarinho”, comentou.
Pedaladas e crise
Ronaldo Caiado voltou a chamar a atenção das consequências que a fraude fiscal teve para os mais desassistidos com reflexo direto no momento de crise atual. “De repente caímos no maior colapso econômico. Hoje estamos com 11,1 milhões de desempregados em um cenário de aumento de 98,8% de empresas em recuperação judicial desde o ano passado”, lamentou.
“Conjunto dos atos”
O senador também ironizou o fato de que o PT tentou criticar o relator por acrescer mais informações na leitura do relatório do que o elemento julgado.
“O PT pede que no processo de Cunha aprecie o ‘conjunto dos atos’, mas com Dilma querem restringir o processo. Dois pesos duas medidas. O que interessa é que há indícios de sobra da materialidade e também da autoria da presidente. E é isso que vai ser julgado”, definiu.