Não bastasse o fracassado golpe que tentou contra o impeachment de Dilma Rousseff e principalmente contra o Estado Democrático de Direito, o advogado-geral da União, José Eduardo Martins Cardozo, anunciou que recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF) para barrar o processo que pode culminar no afastamento da presidente da República.
A medida acontece depois da manobra obtusa orquestrada pelo Palácio do Planalto e levada a cabo pelo presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), que no início da madrugada desta terça-feira (10) revogou o próprio ato e deixou o governo à beira do caminho, de onde jamais deveria ter saído.
Não se pode negar a qualquer cidadão o amplo direito de defesa, sob pena de eventual condenação ser passível de arguição de nulidade, mas é preciso reconhecer quando recursos funcionam apenas como meros instrumentos procrastinatórios.
Dilma, assim como Cardozo, sabe que não há como reverter o processo de impeachment, mas a petista insiste em obrigar o País a enfrentar mais alguns dias de crise sem a perspectiva de mudança, mesmo que esmaecida diante do estrago produzido pelo PT.
Essa nova manobra do governo encontra coro na tropa de choque da presidente no Senado Federal, onde o processo de impeachment segue o rito determinado pelo STF e tem julgamento marcado para quarta-feira (11), quando senadores decidirão pela abertura de processo contra Dilma e o seu imediato afastamento do cargo por até 180 dias, como prevê a legislação vigente.
Senadores que defendem Dilma, de forma quase suicida em termos político, não cansam de repetir de que não há comprovação de crime de responsabilidade por parte da presidente e, portanto, o País está diante de um golpe.
A estratégia de repetir o mantra e ganhar tempo serve para a defesa de Dilma Rousseff construir um cenário jurídico que permita à ainda presidente da República recorrer, em futuro próximo, a organismos internacionais, como se a legislação brasileira fosse aberta a ingerências externas. Tanto é assim, que Dilma tem utilizado o tempo ocioso para contar líderes internacionais, manobra que visa transformá-la em vítima da intolerância oposicionista.
Ao lado de Lula, o malandro profissional que agora não mais atua como lobista-palestrante, pois seus únicos clientes estão presos, Dilma foi responsável pelo período mais corrupto da história nacional, levando a maior empresa brasileira à débâcle econômica e conceitual.
É fato que, faltando poucas horas para o início da degola política de Dilma no plenário do Senado, o desespero só tende a aumentar, mas apelar para chicanas jurídicas com o objetivo de ganhar mais alguns dias é uma estratégia equivocada, uma vez que o STF já afirmou que inexistem quaisquer violações das regras na tramitação do processo de impedimento.
De tal modo, o recurso anunciado pela AGU servirá apenas para reforçar a tese de que não há em marcha no Brasil um golpe parlamentar, como sugere Dilma e seus aduladores de plantão, inviabilizando qualquer apelação a organismos internacionais, cujas eventuais decisões não modificarão o que for pacificado pela legislação brasileira e com o aval da Corte Suprema.