PT ensaia plano para defender Dilma, mas cresce no partido tese que defende o abandono

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O clima nos bastidores petistas piorou sobremaneira desde a confirmação do afastamento de Dilma Vana Rousseff, que na melhor das hipóteses ficará longe do Palácio do Planalto por até 180 dias. Enquanto o PT, diante de câmeras e microfones, anuncia que estuda a melhor forma de atuar como oposição ao governo de Michel Temer (PMDB), depois de treze anos de desacertos seguidos e bandalheira descontrolada, a realidade é outra entre os “companheiros”.

Conforme apurou o UCHO.INFO, a conclusão de nove entre dez integrantes do núcleo duro da legenda é que Dilma não apenas permitiu que vários “companheiros” fosse apanhados pela Operação Lava-Jato, com direito a longa temporada atrás das grades, mas conseguiu colocar em situação de extrema dificuldade um partido que terá de trabalhar arduamente para tentar renascer das cinzas. Caso isso ainda seja possível.

O semblante de derrotado do lobista-palestrante Lula, durante a saída de Dilma do Palácio do Planalto, era o reflexo imediato do inconformismo que domina a cúpula do partido diante de situação que já era esperada, mas que até o último instante não constava do script petista.

Se por um lado os petistas ensaiam uma possível manobra para garantir o retorno de Dilma à Presidência, por outro cresce entre os “camaradas” a hipótese de jogar a toalha e deixar a presidente afastada ser devorada pelos leões. Isso porque é grande o inconformismo com os desdobramentos da crise, sem que em momento algum, ao longo da crise, Dilma tivesse seguido os conselhos dos partidários e aliados. Agiu por conta própria, tendo apelado a Lula somente quando percebeu que nada mais poderia ser feito.


Esse cenário, que tem levado alguns petistas ao desespero e ao desânimo, foi relatado por pessoa muito próxima a Lula, que cada vez mais preocupa-se com o futuro do partido e do seu principal líder, que tem alternado momentos de resistência e abatimento.

Como já noticiado pelo UCHO.INFO, o PT tornou-se ao longo dos anos partido de uma só liderança – no caso Lula – e não tem nos quadros atuais um nome capaz de unir a legenda e convencer a opinião pública de que é possível uma reestreia na cena política nacional.

Com 70 anos de idade e no período de observação pós-câncer na laringe, Lula é um político que ainda goza de carisma, mesmo que agora menor, mas não será capaz de dar aquilo que o partido necessita para sobreviver politicamente.

Para piorar o que já é conhecidamente ruim, Lula, com a saída de Dilma, voltou à mira do juiz Sérgio Fernando Moro, responsável na primeira instância do Judiciário pelos processos decorrentes da Operação Lava-Jato. E o ex-metalúrgico corre o sério risco de ser preso, o que seria um misto de martirização com pá de cal.

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