Eleições: após dizer que impeachment é golpe, PT não descarta alianças com o “golpista” PMDB

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Se a incoerência tem endereço, o Partido dos Trabalhadores por certo é o mais adequado. Depois de, seguidas semanas, falar em golpe parlamentarista como forma de defender o mandato da agora afastada Dilma Vana Rousseff, o PT decidiu não reconhecer o governo peemedebista de Michel Temer. Nesse período, não poupou críticas ao PMDB, partido que durante quase uma década deu sustentação política ao desgoverno petista.

Cientes de que o partido pode desaparecer do mapa político nacional, dependendo das decisões a serem tomadas, os “companheiros” que integram o núcleo duro do PT resolveram fazer um mea culpa e reconhecer que a administração de Dilma cometeu erros na condução da economia. Mas fizeram isso alegando que a política econômica desagradou as bases sociais, como se o descontentamento de 200 milhões de brasileiros nada representasse.

Essa falsa admissão do erro aconteceu durante reunião na sede nacional do partido, em Brasília, ocasião em que a cúpula da legenda discutiu a forma como fará oposição ao governo do presidente interino Michel Temer.


Considerando que na política o que se fala em pé não se escreve sentado, não demorou tempo para que o discurso petista começasse a esfarelar. Presidente nacional do PT, Rui Falcão disse que, de olho nas eleições municipais de outubro próximo, o partido não proibirá alianças com o PMDB, mas deve “priorizar o diálogo” com siglas que foram contra o impeachment de Dilma Rousseff.

Isolado no cenário político e sem força para fazer oposição ao governo Temer, o PT sabe que desdenhar alianças que viabilizem o ressurgimento do partido é suicídio político. Na verdade, o que a cúpula petista busca é uma forma rápida e eficiente de estancar a sangria partidária, necessidade que não tem espaço para uma defesa desmedida de Dilma.

Como antecipou o UCHO.INFO com exclusividade, ganhar força entre pessoas próximas a Lula, o lobista-palestrante, a tese de abandonar Dilma e pensar apenas na operação de resgate do partido, que afunda nos desdobramentos da Operação Lava-Jato e agora enfrenta os efeitos colaterais de uma crise econômica sem precedentes.

De tal modo, se defender Dilma e criar dificuldades para eventuais alianças visando às eleições municipais, o PT está fadado a sair de cena sem direito a retorno. É importante que os brasileiros de bem estejam atentos a esse movimento, pois, a bordo de um discurso que pende para a esquerda, o objetivo é mais uma vez enganar a parcela incauta do eleitorado nacional.

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