Economistas reagiram de forma positiva aos nomes da equipe comandada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e anunciada nesta terça-feira (17).
“Um verdadeiro ‘dream team’ de gente muito qualificada e com experiência muito relevante e rica, quer no setor público, quer no setor privado. Gente certamente à altura dos desafios”, destaca Alberto Ramos, economista sênior do Goldman Sachs.
Foram anunciados: Ilan Goldfajn para a presidência do Banco Central, Mansueto Almeida para a secretaria de Acompanhamento Econômico, Carlos Hamilton para a secretaria de Política Econômica e Marcelo Caetano para a secretaria da Previdência.
Segundo Otaviano Canuto, representante do Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI), é uma equipe “excelente”. Gustavo Loyola, ex-presidente do BC e sócio-diretor da consultoria Tendências, diz que o time é “experiente e muito bom tecnicamente”.
A transição no Banco Central deve ser gradual e levar cerca de um mês. Ilan Goldfajn ainda precisa ser sabatinado e confirmado pelo Senado, mas isso é apenas um detalhe, apesar das armadilhas que serão colocadas no caminho por petistas e apoiadores da afastada Dilma Rousseff. O objetivo é que o presidente do BC não tenha status de ministro, porém mas que goze de foro privilegiado por meio de emenda constitucional.
“Segue a linha de recuperar a confiança dos agentes econômicos, e resgatar a credibilidade do BC que, infelizmente, em toda era Tombini teve decisões pautadas pelo governo. Agora com Ilan, acredito que as decisões serão técnicas”, ressalta Alex Agostini, economista-chefe da Austin Ratings.
Agostini acredita que a Selic começará a ser cortada no máximo a partir de julho: “não significa que a política de Ilan será de flexibilização constante, e sim que há condições devido a uma queda das projeções de inflação e pelo atual processo recessivo”.
Por meio de nota, Alexandre Tombini classificou seu sucessor como alguém de “ampla visão da economia nacional e internacional” e notou que “suas qualidades e sua formação o credenciam a uma bem sucedida gestão frente à autoridade monetária brasileira”.
Meirelles afirmou na coletiva desta terça-feira que o Banco Central deve ganhar autonomia técnica, mas sem independência formal ou mandatos fixos.
Os nomes para os bancos públicos serão anunciados nos próximos dias, mas Maria Silvia Bastos Marques já foi confirmada para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pela assessoria de Temer.
Até o momento, Jorge Hadid segue na Receita Federal e Otávio Ladeira no Tesouro Nacional. Na coletiva, o ministro da Fazenda não confirmou, assim como não desmentiu, a criação ou aumento de impostos, mas anunciou que uma Reforma da Previdência será proposta em até trinta dias.
