Lula fala à televisão bolivariana de Maduro e abusa do seu conhecido besteirol oportunista

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Enquanto administra a tensão diante da possibilidade de ser preso na esteira da Operação Lava-Jato, até porque não restam dúvidas a cerca do seu envolvimento no maior esquema de corrupção de todos os tempos, o Petrolão, o lobista-palestrante Lula age nos bastidores para mostrar que não está morto politicamente. Pelo menos é nisso que ele crê.

Em entrevista à televisão venezuelana TeleSur, o que por si só já mostra o viés tendencioso do material jornalístico, Lula admitiu que poderá se candidatar à Presidência em 2018 como forma de “evitar a destruição das políticas de inclusão social”. O governo interino de Michel Temer não extinguiu nenhum programa social, mas os petistas usam essa cantilena mentirosa para colocar a parcela desavisada da opinião pública contra o peemedebista, que para a “companheirada” é um golpista.

Vivendo momentos de depressão, mas ainda exibindo seu viés de fanfarrão profissional, Lula disse que não descarta a candidatura de alguém mais jovem. O grande desafio é encontrar no PT algum nome com cacife político para aceitar tal empreitada, tem por trás um partido que se lambuzou na roubalheira institucionalizada e foi responsável pelo período mais corrupto da história nacional.

“Eu trabalho com a ideia de que possamos construir a possibilidade de uma outra candidatura, de ter uma pessoa mais nova que não foi presidente. Eu já fui presidente, não preciso ser presidente outra vez”, disse o ex-metalúrgico. “A única possibilidade que tem de eu voltar é evitar a destruição das políticas de inclusão social que nós fizemos neste país”, emendou.

Esse discurso mitômano e rasteiro de não precisar “ser presidente outra vez” é reflexo do derretimento político de Lula, o único nome que o PT ainda tem para se agarrar. Ou seja, a legenda corre um sério risco de ser varrida do mapa político do País.

Defendendo a lufada do esquerdismo bandoleiro que sopra na América Latina, Lula não perdeu a chance de criticar o presidente interino Michel Temer. O petista acusou Temer de agir como se fosse presidente definitivo e disse que o novo governo “virará as costas para a América do Sul” e não quer “enxergar os BRICs”.


“Ele começa a agir como se já tivesse sido votado o impeachment e ele não foi votado ainda. O novo governo já está mudando tudo como se ele já estivesse definitivamente no posto”, afirmou o petista.

O discurso embusteiro dos esquerdistas é algo tão degradante, que somente os igualmente obtusos é que podem acreditar em tanta besteira. Entre fazer-se respeitar como nação soberana, defendendo o Estado Democrático de Direito, e “virar as costas para a América do Sul” há uma enorme diferença. Mas Lula, malandro experimentado que é, precisa dessas zonas de conflito para emergir da lama da corrupção.

Lula é um boquirroto reticente e conhecido, que fez a própria boçalidade mostrar-se ainda maior porque a entrevista foi concedida à emissora de um país que está sendo dragado pela truculência de um aprendiz de tiranete – Nicolás Maduro – que, cedo ou tarde, será vítima dos próprios aliados.

Acreditando que o apoio da Venezuela é essencial para alavancar sua eventual candidatura ao Palácio do Planalto, Lula não perdeu a oportunidade de criticar o discurso de José Serra, ministro de relações Exteriores, durante a posse. Disse o petista que a fala de Serra é típica da “elite brasileira”, de quem “não gosta de pobre, negro ou de tratar os do andar de baixo com igualdade de posição”.

Essa estratégia – do “nós contra eles”, do “pobre contra o rico”, do “negro contra o branco”, do “Nordeste contra o Sudeste” – nasceu morta, mas o lobista da Odebrecht insiste em ressuscitá-la nos momentos em que nada lhe resta, a não ser recorrer à própria ignorância.

Lula sabe que a era petista acabou de vez com o afastamento de Dilma Rousseff, que dificilmente retornará ao cargo. De tal modo, quando a única saída materializa-se na apelação rasteira, torna-se patente que o fim chegou sem que a realidade seja devidamente aceita. O ex-presidente perdeu a oportunidade de ficar calado, mas como sempre preferiu recorrer à bazófia, talvez a sua melhor especialidade.

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