A caravana dos desesperados, também conhecida como turnê “champagne com bacalhau”, que levou um grupo de senadores bolivarianos à Europa, com direito a voo em classe executiva e muitas doses de finos espumantes, tudo sob o patrocínio do suado dinheiro do contribuinte, teve o objetivo insano de denunciar o “golpe de Estado no Brasil”. E essa empreitada suicida em termos políticos chegou ao cúmulo do ridículo.
A senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR), indiciada por corrupção passiva e acusada por cinco delatores da Operação Lava-Jato de corrupção e embolso de gordos “pixulecos”, está a denunciar em Portugal que a presidente Dilma Rousseff estaria “prisioneira” no Palácio do Alvorada.
Tudo porque o senador Jorge Vianna (PT-AC) teve de passar por uma barreira policial quando foi visitar a “companheira” no Alvorada. Tanto o senador quanto Gleisi tentam transformar um incidente corriqueiro em acontecimento grave, de forma a tentar dar consistência à tese do “golpe de Estado”, assunto que já caiu no ridículo depois que os Estados Unidos afirmaram na tribuna da OEA que “não existe nada sequer parecido com um golpe de Estado acontecendo no Brasil”.
No perfil que mantém no Facebook, Gleisi resumiu o discurso parvo que vem fazendo em Lisboa, com intervalos dedicados a suculentas postas de bacalhau, taças de champagne e algumas comprinhas, pois até os comunistas não resistem ao consumismo financiado pelo erário:
“Em pronunciamento, o Senador Jorge Viana denuncia que o acesso a Presidenta Dilma Rousseff, no Palácio do Alvorada, está sendo fortemente controlado por militares a mando do atual governo interino. A ordem é que ninguém pode visitá-la sem autorização prévia. Inaceitável!”
É importante ressaltar que o senador Jorge Viana é conhecido por gostar de armações. Ele foi apanhado em um grampo, autorizado pela Justiça, sugerindo que Lula desacatasse o juiz Sérgio Moro publicamente para depois se posicionar como vítima e “preso político”. A cascata da “prisão de Dilma” segue a mesma linha tosca de “raciocínio”. Se é que raciocina alguém que cria enredos pífios e decadentes.
A conversa entre Jorge Viana e o advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula, foi divulgada em 17 de março passado. Viana não negou a autenticidade da gravação. Só reclamou que tivesse sido divulgada. É o seguinte o relato do Estadão sobre essa outra armação do senador:
“A Polícia Federal monitorou uma conversa entre o advogado Roberto Teixeira, compadre de Luiz Inácio Lula da Silva, e o senador Jorge Viana (PT-AC) – irmão do governador do Acre, Tião Viana (PT), em que ele defende que o ex-presidente deveria “desacatar” o juiz federal Sérgio Moro, dos processos da Operação Lava Jato, para se transformar em um “preso político”.
“Eu acho que a fala do presidente foi bom, mas ela foi muitos tons abaixo do que deveria ser”, afirma o senador ao compadre de Lula. Era dia 4 de março, quando foi deflagrada a Operação Aletheia – 24ª fase da Lava-Jato – e o ex-presidente levado coercitivamente para depor pela PF. Após deixar o Aeroporto de Congonhas, onde foi ouvido, pela manhã, o petista seguiu para a sede nacional do PT onde fez um duro discurso contra as autoridades e contra as apurações.”
O mais interessante na fala obtusa de Jorge Viana é que ele próprio, sem perceber o ato falho, diz a Roberto Teixeira, ao referir-se a Moro, que “quem age fora da lei é bandido”. Pois bem, se a profecia de Viana é válida, o PT há muito deixou de ser um partido político para assumir o papel de organização criminosa.