Enquanto os defensores da presidente afastada Dilma Vana Rousseff entoam o canto enfadonho do golpe e dizem que o governo de Michel Temer é uma ameaça aos direitos dos trabalhadores, a crise econômica continua fazendo um enorme estrago na vida dos cidadãos de bem.
De acordo com a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) divulgada pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), a taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo avançou de 15,9% em março para 16,8% em abril. No mesmo período do ano passado, a taxa verificada era de 14,2%. O indicador é o maior para o mês em dez anos – em abril de 2006, a taxa era verificada em 16,9%.
Em abril passado, o contingente de desempregados foi estimado em 1,868 milhão de pessoas – 118 mil a mais do que no mês anterior. Contudo, o crescimento foi resultado da expansão da População Economicamente Ativa, uma vez que o nível de ocupação recuou pouco. No mês, 113 mil pessoas entraram no mercado de trabalho, um aumento de 1%; já o nível de ocupação recuou 0,1%, com o fechamento de 5 mil postos de trabalho.
Na análise por setores, a baixa no nível de ocupação entre março e abril foi resultado da eliminação de 28 mil postos na Construção (-4,3%) e 19 mil no Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas (-1,2%). Já a Indústria de Transformação, que vinha acumulando cortes, gerou 18 mil postos de trabalho, e os Serviços, 25 mil.
Ainda segundo a pesquisa, entre fevereiro e março, tanto o rendimento médio real mensal dos ocupados (que inclui setor privado, autônomos e empregados domésticos) como dos assalariados caiu 2%, passando para, respectivamente, R$ 1.952 e R$ 2.007. Já comparação de março deste ano com o mesmo mês de 2015, os rendimentos médios reais dos ocupados recuaram 5,7%, e dos assalariados, 4,1%.
Na análise por idade, o levantamento aponta que o desemprego continua a crescer entre os mais jovens. Em abril, 36% dos jovens de 16 a 24 anos estavam desempregados. No mesmo mês do ano passado, essa taxa era de 27%.