Devassa ordenada pelo presidente interino pode levar comparsa de André Vargas para a cadeia

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O inventário determinado por Michel Temer (PMDB), presidente da República interino, em todos os ministérios promoverá uma devassa nas ações do governo da afastada Dilma Rousseff, não sem antes escancarar escândalos de corrupção que por enquanto continuam nos subterrâneos do poder.

Um dos principais alvos dessa operação “pente fino” deve ser o Ministério da Saúde, onde escândalos de corrupção fizeram a alegria de alguns “companheiros”, começando pelo ex-petista André Vargas Ilário, preso na esteira da Operação Lava-Jato por conta de relações nada ortodoxas com Alberto Youssef, o doleiro do Petrolão.

André Vargas usou empresas de informática para fraudar o Ministério da Saúde e a Caixa Econômica Federal, ação criminosa que contou com a participação de alguns comparsas, os quais permanecem submersos, mas aproveitando os dividendos milionários dos negócios escusos que fizeram durante o reinado petista no Planalto Central.

Muito estranhamente, André Vargas aceitou com tranquilidade as penas impostas pelo juiz federal Sérgio Moro, que condenou o ex-presidente da Câmara dos Deputados a quatorze anos e quatro anos de prisão, em regime fechado, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A defesa de Vargas requereu ao Supremo Tribunal Federal a liberdade de Vargas, mas o ministro Teori Zavascki, relator dos processos decorrentes da Lava-Jato, negou o pedido em fevereiro deste ano.

O juiz Sérgio Moro inocentou André Vargas do crime de organização criminosa, mas essa decisão pode mudar ao final do inventário determinado pelo presidente da República. Essa eventual mudança do cenário se deve ao fato de que o levantamento do novo governo identificará com certa facilidade que Vargas operou com alguns sócios para fraudar contratos do Ministério da Saúde e da Caixa.


Entre os comparsas do ex-deputado federal está um conhecido empresário de Brasília, que nos últimos meses se entregou ao ostracismo, com medo de ser alcançado pelos tentáculos da Operação Lava-Jato. Conhecido como Alceu, o parceiro de André Vargas continua vivendo quase recluso, mas esbanjando a dinheirama que amealhou em negócios ilícitos juntamente com os aliados.

Dono de rica frota de veículos importados, o tal Alceu trocou de endereço, mas manteve a vida nababesca de sempre. Deixou um amplo e caro apartamento de cobertura no setor Noroeste da capital dos brasileiros por uma confortável mansão à beira do lago Sul, também em Brasília. Apesar da troca de residência, o sócio de André Vargas continua dono da cobertura.

Temendo ser preso a qualquer momento, o empresário jaó visita diariamente o escritório que mantém em um dos mais exclusivos edifícios comerciais de Brasília, o “Brasil 21”. Nesse endereço laboral ele dá o ar da graça uma ou duas vezes por semana, sendo que nos outros dias se entrega ao ócio milionário ao lado da piscina e embalado por fartos churrascos. Quando se cansa dessa vida monótona, Alceu viaja para os Estados Unidos, onde supostamente mantém negócios internacionais ou até mesmo contas bancárias.

Se a devassa ordenada por Michel Temer chegar a bom resultado, não demorará muito para a Polícia Federal fazer uma repentina visita à mansão de Alceu, que terá de fazer companhia para André Vargas no Complexo Médico-Penal de São José dos Pinhais, na Grande Curitiba. Outro que também deve acabar atrás das grades, após o inventário palaciano, é um ex-sócio de Vargas em empresa de informática com sede na capital paranaense.

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