(*) Ipojuca Pontes
O indefinido Michel Temer retrocedeu e reinstalou oficialmente o Ministério da Cultura. Lá, para geri-lo, colocou um barbudinho, cria de Eduardo Paes – este, um político profissional de segunda categoria que o Rio de Janeiro aprendeu a desprezar. Acuado pela gang de sempre, o presidente interino verificou que “a cultura era um setor fundamental para o país”. Pobre interino! A figura lembra aquela virgem permissiva que deixou entrar a cabecinha e depois… Bem, depois o temerário foi correr atrás do Meirelles para pedir a “liberação de mais grana para a rapaziada”.
Temer é um sujeito fraco que labora na linha da social-democracia. Muitos desconfiam que ele não atentou para o fato de que a parte mais ruinosa da chamada “classe artística” apenas repassa a cantilena lulopetista orquestrada nos desvãos do mafioso Instituto Lula. Sem esquecer, por sua vez, que a terrorista Dilma – envolvida no milionário assalto ao cofre de Ademar de Barros e partícipe ativa no assassinato do soldado Mário Koesel Filho, em junho de 1968 – rege furiosa, a partir das salas do Alvorada, o coro histérico da militância bolivariana que, neste preciso instante, ocupando ad infinitum o Palácio Gustavo Capanema, no Rio, vocifera uníssono o “Fora Temer!
De fato, essa gente encara o inseguro Temer como mero “golpista”. Para eles, a recriação do “cabide” Ministério da Cultura, imposta no grito, soergue um trampolim político-ideológico para o retorno do cangaceiro Lula e seus cabras da peste (mais ou menos estropiados pela Operação Lava-Jato).
De minha parte, considero que a volta do MinC, para usufruto da corporação parasitária, não passa de um ato de alta traição do governo Temer para com 80% da população brasileira, a mesma que, indignada, tomou as ruas contra a corrupção, a safadeza institucional, a vagabundagem bem remunerada e o paquidérmico Estado socialista fomentado pela quadrilha petista reunida, ainda agora, em torno de jantares supimpas na toca palaciana de Dilma Rousseff.
O Ministério da Cultura foi tramado por Zé Sarney, impostor literário que chegou ao poder por um golpe de sorte e fez de Brasília uma imensa casa de tavolagem, ao ponto do próprio Lula (um especialista), em discurso, apontá-lo como “ladrão descarado”.
Como já escrevi, o MinC representa no Brasil oficial a manutenção da mais agressiva forma de aparelhamento do Estado para usufruto de uma casta privilegiada de “señoritos” que se diz à procura de uma controversa “identidade nacional” cacarejada em torno do chamado “multiculturalismo”, mistificação marxista para acirrar a luta de classes. Ele significa, num governo que pretende salvar o Brasil, o AVANÇO DO RETROCESSO. No histórico, depois de décadas de existência, o monstrengo não criou mercado nem fez, como era alardeado, a inclusão social da massa espoliada. A alta cultura dançou – e ninguém ganhou Oscar ou Nobel. Tudo ficou no âmbito da mendacidade e da (cara) propaganda enganosa!
Sem considerar juros nem correção monetária, o MinC jogou pelo ralo, nos últimos anos, mais de um trilhão de reais! No seu rastro, só se expandiu uma pesada burocracia militante em conluio com a casta uma nociva empenhada em usurpar a grana do contribuinte para a consecução de projetos inexpressivos, muitos vergonhosos e/ou politicamente ideologizados. Afogado em dispendiosos programas de pura marquetagem, o MinC (Ministério da Incultura) só funcionou, na prática, como vertiginoso mensalão para cooptar medalhões e medalhinhas da área e manter a peso de ouro uma burocracia perdulária que saqueou o bolso da sociedade e do miserável povo brasileiro. Um horror!
Cultura, vale dizer, não tem nada a ver com órgão de governo e suas patranhas. Ela deve ser entendida como a tradição de normas de condutas aprendidas e que nunca foram “construídas” – o que nos remete à questão de que a evolução cultural não é só fruto da criação consciente da razão. Mas como explicar isso a essa gente viciada em mamar nas tetas da nação?
Há um temor generalizado de que o governo Temer fracasse. Meirelles, o ministro da Fazenda que serviu ao Lula, acena com novos impostos. O intragável Zé Serra, formado na UNE comunista e mentor da clandestina Ação Popular (AP), responsável por ataques terroristas, informa que no Itamarati vai “aprofundar laços diplomáticos com a China e a África”. E muito pior: com 300 mil petistas terceirizados nas estatais e 107 mil militantes ocupando cargos comissionados, o governo fala em cortar apenas 4 mil parasitas das bocas ministeriais!
Como diria o sifilítico Lênin: Que fazer?
Vamos todos voltar às ruas, pois o governo Temer, alicerçando o retorno do PT, parece sucumbir ao peido da gata!
(*) Ipojuca Pontes, ex-secretário nacional da Cultura, é cineasta, destacado documentarista do cinema nacional, jornalista, escritor, cronista e um dos grandes pensadores brasileiros de todos os tempos.