Na cerimônia de posse dos presidentes da Petrobras, BNDES, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Ipea, que ocorreu no Palácio do Planalto na quarta-feira (1), o Michel Temer mais uma vez foi elegante ao discursar, dizendo que na falaria em herança maldita, pois, segundo ele, o passado não pode ser responsável pelo presente.
“Vocês, que hoje tomam posse, ajudarão a conduzir o processo de consolidação em nosso País desse Estado que deve ser de todos. Vocês sabem o que encontrarão. Não falarei em herança de espécie nenhuma. Até precisamos modificar esses hábitos que se instalaram no Brasil como se o passado fosse responsável pelo presente”, disse o presidente interino da República.
Para quem assumiu o comando do País e de pronto encontrou um vastidão de “abacaxis” a serem descascados, até porque o Estado brasileiro foi assaltado por um partido político que ao longo de treze anos agiu como organização criminosa, Temer está abusando da elegância discursiva. É preciso engrossar o palavrório na direção dos integrantes do governo afastado, pois a roubalheira foi descomunal.
Contudo, Michel Temer disse, durante a cerimônia palaciana, que revelará a verdade dos fatos para que não arque com o ônus de algo que não é da sua lavra. “Por isso, reitero, não falarei em herança de espécie nenhuma, apenas revelo a verdade dos fatos para que eventuais oportunistas não venham a debitar os erros dessa herança ao nosso governo”.
Quem conhece os meandros da política no âmbito federal sabe que a colocação acima foi um recado aos que ainda apostam na impunidade. Considerando que os ministros e integrantes da cúpula do governo têm o dever de promover uma devassa na gestão atabalhoada de Dilma Rousseff, operações policiais, como a Lava-Jato, por exemplo, terão muitos capítulos extras.
A razão dessa prorrogação da Operação Lava-Jato, por exemplo, se deve ao fato de que nos dias que antecederam o afastamento de Dilma Rousseff a farra foi generalizada. Companheiros e aliados que se acostumaram com os malfeitos não perderam a derradeira oportunidade de lesar ainda mais os cofres públicos.
Preso e condenado à prisão na Operação Lava-Jato por sua relação nada ortodoxa com o doleiro Alberto Youssef, o primeiro e principal delator do Petrolão, o ex-petista André Vargas Ilário, que estava na vice-presidência da Câmara quando foi alcançado pelas investigações, ainda tem conta a acertar com os integrantes do bando que fraudaram contratos no Ministério da Saúde e na Caixa Econômica Federal. Vargas atuou durante anos a fio nos subterrâneos da capital dos brasileiros para conseguir contratos lesivos ao banco estatal e à pasta.
Um dos sócios de André Vargas nessa empreitada criminosa é um conhecido e arrogante empresário de Brasília, conhecido como Alceu, que desde as primeiras prisões no escopo da Lava-Jato mergulhou em estranho ostracismo. Preocupado com a possibilidade de ser preso, Alceu deixou um amplo e caro apartamento no setor Noroeste de Brasília, instalando-se em confortável e luxuosa mansão à beira da porção Sul do Lago Paranoá.
É nessa residência nababesca que Alceu passa os dias desfrutando das benesses que o dinheiro imundo proporciona. Temeroso com os desdobramentos da Lava-Jato e ainda sem acreditar que André Vargas manterá o silêncio, Alceu reduziu o numero de visitas que faz a seu escritório, instalado no elegante edifício Brasil 21, fincado ao pé da Esplanada dos Ministérios, bem próximo do local dos crimes praticados pelo bando.
Segundo apurou o UCHO.INFO, os ex-sócios de André Vargas, possivelmente valendo-se da influência do outrora “chefão”, teriam conseguido, no apagar das luzes do desgoverno de Dilma Rousseff, mais um negócio fraudulento e milionário. Afinal, nessa hora em que os ratos começam a abandonar os porões é preciso recolher tudo o que estiver à frente. Este portal de notícias já coletou informações e provas suficientes para colocar o restante da quadrilha atrás das grades. Será a primeira ajuda do UCHO.INFO às autoridades do governo de Michel Temer.