Sharapova é suspensa dois anos por doping e Rio-2016 ficará sem o talento e a beleza da tenista russa

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Na quarta-feira (8), a Federação Internacional de Tênis (ITF) anunciou que a tenista russa Maria Sharapova foi suspensa por dois anos por conta do doping decorrente uso da substância meldonium, ocorrido em janeiro.

A atleta, que havia sido flagrada durante o Aberto da Austrália, vinha de suspensão preventiva desde março, quando anunciou ter caído no antidoping. Desta forma, Sharapova só estará livre para poder voltar a jogar profissionalmente a partir de 26 de janeiro de 2018. A tenista já anunciou que vai recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS).

Segue o comunicado oficial da ITF:

“Em uma audiência de dois dias, entre 18 e 19 de maio, o Tribunal Independente recebeu provas e ouviu argumentos legais das duas partes e, posteriormente, emitiu uma decisão neste dia 8 de junho. O tribunal determinou que (1) a Sra. Sharapova deve ficar inelegível por dois anos; (2) devido à sua rápida admissão de violação, esse período será retroativo, começando em 26 de janeiro de 2016 (data da coleta de amostra) e termina à meia-noite do dia 25 de janeiro de 2018; (3) seu resultado no Aberto da Austrália de 2016 será desqualificado, resultando na perda de pontos no ranking e o prêmio em dinheiro recebido no evento.”

Através de sua conta no Facebook, Sharapova manifestou-se sobre o caso e revelou que a ITF havia pedido uma suspensão de quatro anos e o tribunal acabou decidindo pela pena de dois anos, considerando que o doping não teria sido intencional.

“Hoje, com sua decisão de uma suspensão por dois anos, o tribunal da ITF concluiu de forma unânime, que o que eu fiz não foi intencional. O tribunal considerou que eu não procurei tratamento com o meu médico para obter um aumento de desempenho. A ITF gastou muito tempo e recursos tentando provar que eu violei intencionalmente as regras antidoping, mas o tribunal concluiu que não. Vocês precisam saber que a ITF pediu uma suspensão por quatro anos – suspensão requerida para uma violação intencional – e o tribunal rejeitou o posicionamento da ITF. Enquanto o tribunal concluiu corretamente que não violei as regras de antidoping de forma intencional, eu não posso aceitar uma suspensão dura de dois anos. O tribunal, cujos membros foram selecionados pela ITF, concordou que não fiz nada errado intencionalmente, mas eles querem me afastar do tênis por dois anos. Eu vou apelar imediatamente de parte da suspensão de acordo com as regras da Corte Arbitral do Esporte (CAS). Eu sinto falta de jogar tênis e dos meus fãs incríveis, que são os melhores os mais leais do mundo. Eu li suas mensagens nas redes sociais e seu amor e apoio tem me ajudado a passar por esses dias difíceis. Eu tenho intenção de defender o que acredito que é certo e é por isso que vou lutar para estar de volta à quadra de tênis o mais rápido possível. Com amor, Maria”.


Em 7 de março, a tenista convocou uma coletiva de imprensa onde revelou que havia caído no exame antidoping por uso da substância meldonium durante o Aberto da Austrália.

A ITF explicou o caso em comunicado oficial, afirmando que a russa foi pega no doping coletado no dia 26 de janeiro. A tenista foi notificada no dia 2 de março e admitiu a presença da substância proibida. Desde então, ela estava suspensa de forma provisória.

Em abril, a Agência Mundial Antidopagem (Wada) deu a possibilidade de anistiar a punição de alguns dos atletas punidos pelo uso da substância meldonium, já que ainda não foi possível determinar por quanto tempo ela ficaria no corpo humano após a interrupção do uso.

O meldonium passou a ser proibido na cartilha deste ano da Wada e atletas que testaram positivo antes de 1º de março poderiam ser anistiados. Sharapova, contudo, admitiu que continuou usando o meldonium após esta data.

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