Quando, nos capítulos derradeiros da era Lula, a indústria da construção civil, mais precisamente o segmento habitacional, começou a flanar nos céus da euforia, o UCHO.INFO afirmou que não demoraria muito para a fanfarrice do governo na área econômica fosse pelo ralo e o setor passasse a enfrentar dificuldades. Afinal, a bolha imobiliária foi o sonho dourado de uma noite de verão.
Com o avanço da crise econômica, que se deu no vácuo da incompetência e da teimosia da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), o mercado imobiliário nacional também não resistiu. De acordo com levantamento do Sindicato da Habitação (Secovi), cujos dados foram divulgados nesta terça-feira (14), em São Paulo, em abril apenas 1.182 imóveis residenciais novos foram vendidos na capital paulista. Nos primeiros quatro meses do ano, as vendas acumuladas totalizam 4.038 unidades, menor patamar desde 2004. Nos últimos doze anos, a média para o período ficou em 7,8 mil imóveis vendidos.
O número de abril representa, no entanto, alta de 10,5% em relação a março, quando foram comercializadas 1.070 unidades. Em comparação com abril do ano passado, o número deste ano representa queda de 46%. Naquele mês foram vendidos 2.185 imóveis residenciais.
Segundo o Secovi, a conjuntura econômica do País vem comprometendo a comercialização e o lançamento de novos empreendimentos desde 2014. O sindicato acredita, contudo, que o governo federal tomará medidas para a contenção dos gastos públicos e outras ações para ajustes econômicos, o que deve devolver a confiança ao mercado como um todo e aos consumidores.
Desse modo, o Secovi espera uma redução da tendência de queda no segundo semestre e recuperação do crescimento em 2017. “Com isso, o setor imobiliário poderá iniciar a superação de sua pior crise da história, com recuperação lenta e longa”, diz o vice-presidente de Incorporação do Secovi, Emilio Kallas.
Os imóveis com preços abaixo de R$ 225 mil representaram 39,7% das vendas em abril (470 unidades, liderando o desempenho no mês). Quanto ao tamanho dos imóveis, as unidades com dois quartos significaram 61,6% das vendas (729 residências).
