Em meio ao cenário de recessão, desemprego e inflação elevados, que afeta diretamente o consumo, as perdas nos segmentos de transportes, informação e atividades profissionais mantiveram o setor de serviços em contínua queda em abril. Foi o pior resultado para o mês desde o início da série histórica iniciada em 2012.
Informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgadas nesta quarta-feira (15), mostram que o volume do setor brasileiro de serviços recuou 4,5% em abril sobre o mesmo mês de 2015, 13º mês seguido no vermelho.
Apesar da queda anual ter sido menor do que a de 5,9% vista em março, o coordenador da pesquisa no IBGE, Roberto Saldanha, salientou que “ainda não há uma tendência de reversão”.
“Para o setor de serviços zerar a perda, tem que crescer 0,6% ao mês de maio até dezembro na comparação com o ano anterior. Isso parece um pouco difícil dado o comportamento da indústria e da economia brasileira”, destacou Saldanha.
Com a economia em recessão e o desemprego em alta, o principal peso sobre o resultado de abril veio do segmento de Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, cujo volume recuou 6,5% naquele mês.
Ainda pesou a atividade de Serviços de informação e comunicação, com queda de 3%, e de Serviços profissionais, administrativos e complementares, com recuo de 5,4%.
O volume do chamado agregado especial Atividades turísticas, item à parte por repetir serviços já avaliados em outras atividades, acelerou as perdas a 3,6% em abril, contra queda de 2,3% no mês anterior.
A pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) aponta para ainda mais deterioração do setor de serviços do Brasil em maio, com mais demissões de empregados.