Orlando: Barack Obama defende mudanças no debate sobre o controle de armas

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Durante visita às famílias das vítimas do atentado em Orlando, o presidente Barack Obama defendeu na quinta-feira (16) que o debate sobre o controle de armas tem de mudar e apelou para o fim da violência contra a comunidade LGBT.

“Estas famílias poderiam ser as nossas famílias. De fato, são a nossa família, pois são parte da família americana. O nosso coração também está partido”, disse Obama. As reuniões do presidente duraram horas. Ele falou primeiro com as forças policiais, agentes de segurança e equipes de emergência que compareceram para auxiliar na sequência do tiroteio. Em seguida, encontrou-se com familiares das 49 vítimas e com alguns sobreviventes.

Obama e o vice-presidente Joe Biden depositaram ramos com 49 rosas brancas, uma para cada vítima, diante do centro de artes performativas Doctor Phillips, em Orlando, onde na segunda-feira ocorreu uma cerimônia em homenagem às vítimas.

“Há quatro dias, esta comunidade (LGBT – Lésbica, Gay, Bissexual e Transexual) sofreu um ato perverso e cheio de ódio, mas hoje existe sobretudo amor”, afirmou o presidente.

Pouco depois de se reunir com as famílias das vítimas, Obama pediu aos membros do Congresso americano para se mostrarem “dignidade” e votarem enquadramentos mais rigorosos para a venda de armas. O presidente americano afirmou que o debate sobre as armas de fogo nos Estados Unidos “tem de mudar”.


“Os motivos deste ataque podem ter sido diferentes dos motivos por trás dos atentados de Aurora ou de Newtown”, afirmou Obama, listando dois dos assassinatos em massa que marcaram a sua presidência. “Mas os instrumentos [utilizados] foram similares”, acrescentou.

“E agora mais 49 pessoas inocentes estão mortas, outras 53 estão feridas, umas ainda lutam pelas suas vidas. Algumas ficarão com feridas por toda a vida”, declarou o presidente americano.

Obama insistiu que, enquanto os militares atacam os grupos extremistas e os serviços de inteligência trabalham para acabar com as redes terroristas, o governo não pode parar cada “pessoa demente”, acrescentando que ainda assim se pode “fazer algo sobre a quantidade de danos que eles fazem”.

“Infelizmente, a nossa esfera política conspirou de modo a permitir que um terrorista ou um indivíduo perturbado […] possa comprar, legalmente, armas extraordinariamente poderosas”, recordou.

Ele afirmou que os legisladores têm de “aprovar [uma legislação sobre] o controle de armas”, acrescentando que o tom do debate partidário precisa mudar. “Aqueles que defendem o acesso fácil às armas deveriam se reunir e conversar com as famílias das vítimas”, sustentou. (Com agências internacionais)

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