O Ministério Público Federal parece ter mergulhado em profundo silêncio após dar crédito indevido à delação premiada de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, cujas informações sobre o esquema de corrupção que funcionava na subsidiária da Petrobras ainda não convenceram, até porque são carentes de provas.
Enquanto Machado foi incensado pelos procuradores da República como oráculo da verdade no âmbito da Operação Lava-Jato, alguns dos envolvidos no maior esquema de corrupção da história nacional continuam impunes, mesmo com provas robustas para a prisão dos mesmos.
Ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados e outrora figura de destaque nas hostes petistas, André Vargas Ilário continua preso em Curitiba por decisão do juiz federal Sérgio Moro, responsável na primeira instância do Judiciário pelos processos decorrentes da Lava-Jato. Vargas foi condenado a quatorze anos e quatro meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Na sentença, Moro foi incisivo ao afirmar que “a prática dos crimes de corrupção envolveu o pagamento de propinas de pelo menos R$ 1.103.950,12 por intermédio de contratos de publicidade firmados com a Caixa e o Ministério da Saúde”.
Acontece que a atuação de Vargas nos subterrâneos da Caixa e do Ministério da Saúde não se deu apenas na área de publicidade, mas também no de informática. É nesse ponto que reside o grande escândalo envolvendo André Vargas e seus comparsas.
Muito estranhamente, as autoridades que integram a força-tarefa da Lava-Jato demoram em lançar as mãos da Justiça sobre os parceiros de André Vargas, que continuam livres e vivendo à sombra do dinheiro imundo que foi desviado dos cofres públicos. Em países sérios e responsáveis, onde a Justiça não é palco para a pirotecnia de alguns dos seus representantes, esses delinquentes já estariam atrás das grades.
Em Brasília, um dos sócios de Vargas, conhecido nas rodas de negócios como “Don Alceu”, continua desfrutando à vida em uma cara e luxuosa mansão à beira do Lago Sul, como se não tivesse qualquer envolvimento nas malandragens que foram pilotadas pelo ex-petista, que tem usado o ócio prisional para reavaliar o seu conhecido malabarismo bandoleiro.
Enquanto os sócios de Vargas apostam na impunidade, o UCHO.INFO corre para colocá-los na cadeia. É uma questão de tempo, pouco tempo.