Custo Brasil: advogado que ainda não foi preso pela PF pode acabar com a farsa de Gleisi

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O advogado paranaense Guilherme de Salles Gonçalves, que participou das campanhas da petista Gleisi Helena Hoffmann à prefeitura de Curitiba (2008) e ao Senado Federal (2010), é um dos alvos da Operação Custo Brasil, da Polícia Federal e só não foi preso preventivamente porque está em viagem ao exterior.

Quando, após a Operação Pixuleco II, 18ª fase da Operação Lava-Jato, o vereador petista Alexandre Romano, conhecido como Chambinho, foi abandonado pelos parceiros de truque, ficou claro que não demoraria muito para surgir um novo acordo de delação premiada. E foi o que fez Chambinho, que, preso, acabou revelando detalhes do esquema criminoso que funcionou durante cinco anos no Ministério do Planejamento a partir de um sistema de administração de empréstimos consignados a servidores do governo federal.

Desde as primeiras horas após a deflagração da Operação Pixuleco II, em 13 de agosto de 2015, o UCHO.INFO afirmou que era preciso centrar esforços em Chambinho, que controlava uma rede de empresas de fachada, as quais recebiam o dinheiro da propina que, em fase subsequente, era redistribuído a quem de direito.

Em depoimento de colaboração premiada, Romano não apenas dissecou as entranhas do esquema, mas acabou entregando o nome do advogado Alexandre Gonçalves como sendo responsável, através de uma triangulação, por repassar R$ 8 milhões a Gleisi e ao ex-ministro Paulo Bernardo da Silva. O repasse se dava através pagamentos em dinheiro vivo e a quitação de compromissos do casal petista, como, por exemplo, o salário do motorista da senadora. Ou seja, pela primeira vez na história da advocacia brasileira um advogado pagou contas dos clientes, quando, na verdade, deveria ser o contrário.


A defesa do ex-ministro Paulo Bernardo afirmou, em nota, que a prisão é ilegal e que o cliente jamais se envolveu em irregularidades no Ministério do Planejamento. É importante ressaltar que ao firmar acordo de colaboração premiada, o delator assume o compromisso de revelar apenas a verdade e disponibilizar informações passiveis de comprovação. Do contrário, o acordo pode ser considerado nulo, o que não interessa a quem está encalacrado com a Justiça.

Não se pode esquecer que Delcídio Amaral, em depoimento de delação premiada no âmbito da Lava-Jato, afirmou à força-tarefa que o petista Paulo Bernardo atuava nos bastidores como angariador de fundos para a mulher, a senadora Gleisi Hoffmann. Em suma, se Guilherme Gonçalves, após ser preso, resolver contar o que sabe, a situação do outrora “casal 20 da Esplanada dos Ministérios” deve piorar sobejamente.

Desde a delação de Chambinho, Paulo Bernardo e Gleisi sabiam que a qualquer momento a verdade viria à tona e a Polícia Federal bateria à porta do casal. Tanto é assim, que Bernardo passava a maior parte do tempo em Brasília, onde a mulher ocupa imóvel na condição de senadora da República, o que em tese tem certa proteção.

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