Custo Brasil: depois de Paulo Bernardo, mais sete envolvidos no esquema Consist deixarão a prisão

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Há algo estranho nos bastidores do Judiciário nacional. Na última quinta-feira (23), o juiz Paulo Bueno de Azevedo, da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, determinou a prisão dos envolvidos no escândalo da Consist, que a partir do gerenciamento de empréstimos consignados desviou,à sombra do Ministério do Planejamento, R$ 100 milhões do suado dinheiro dos servidores federais que recorreram a essa modalidade de crédito.

Entre os presos estava o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva, casado com a senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR), acusado de não apenas participar do esquema criminoso, mas de ser um dos beneficiários do dinheiro desviado. Do total (R$ 100 milhões) a Consist repassava 70% ao Partido dos Trabalhadores, cujo então tesoureiro, João Vaccari Neto, determinava quanto cada integrante do esquema receberia.

A operação criminosa foi desvendada a partir da Operação Pixuleco II, 18ª fase da Operação Lava-Jato, quando o petista Alexandre Romano, conhecido como “Chambinho”, foi preso e na esteira de acordo de delação acabou revelando detalhes do esquema que lesou servidores federais. Como sempre acontece em escândalos de corrupção, o PT abandonou Chambinho.


Na tarde desta quarta-feira (29), o ministro Dias Toffoli determinou a soltura de Paulo Bernardo, alegando “constrangimento ilegal” na prisão do petista. No final do dia, o juiz da 6ª Vara Federal Criminal de SP concedeu liberdade a sete outros envolvidos no escândalos, entre eles o advogado Guilherme de Salles Gonçalves, acusado de ser o repassador de dinheiro do esquema Consist para o caso Paulo Bernardo e Gleisi.

As investigações mostraram que os presos tiveram participação direta na operação de desvio de recursos, mas a Justiça, depois de deflagrar uma operação policial, muda de posição e liberta os delinquentes que surrupiaram o suado dinheiro dos servidores. Ou seja, constrangimento ilegal está a sofrer cada um dos que foram roubados pela quadrilha.

Os únicos que continuam presos são Paulo Ferreira, ex-tesoureiro do PT, e Nelson Freitas. Ferreira é marido da ex-ministra Tereza Campelo, do Desenvolvimento Social, que integrou a equipe da afastada Dilma Rousseff. Além disso, João Vaccari Neto, que está preso no escopo da Operação Lava-Jato, também foi alvo de mandado de prisão preventiva na “Custo Brasil”

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