O maior diamante bruto do planeta, o “Lesedi La Rona”, foi a leilão na quarta-feira (29) em Londres, mas terminou sem comprador, já que os lances não atingiram o preço mínimo. A pedra de 1.109 quilates era estimada em US$ 70 milhões, mas o lance mais alto foi de US$ 61 milhões.
O resultado é decepcionante para um diamante que chegou a ser descrito como “a descoberta de uma vida” por David Bennett, diretor da divisão de joias da empresa Sotheby’s, que ficou a cargo do leilão.
“Todos os aspectos desse leilão são sem precedentes. Ele não é apenas superlativo em tamanho e qualidade, mas nada dessa escala foi a leilão antes”, afirmou Bennett antes da tentativa de venda.
Citado pela agência Reuters, o analista Edward Sterck, do Banco de Montreal, afirma que “o resultado é frustrante, e potencialmente tem a ver com o método de venda escolhido”. Diamantes raros são geralmente negociados com pequenos grupos do ramo, e não em leilões públicos, diz ele.
Já Tobias Kormind, da joalheria 77 Diamonds, acredita que o mercado de pedras preciosas “pode ter atingido um ponto crítico, e a demanda por grandes diamantes estaria saturada”. Outra causa, segundo o especialista, poderia ser “a instabilidade do mercado com o Brexit”.
O Lesedi La Rona, que tem quase o tamanho de uma bola de tênis, foi encontrado pela companhia canadense Lucara em Botsuana, na África, em novembro. É o maior diamante bruto escavado em mais de 100 anos, medindo 6,64 x 5,5 x 4,2 centímetros.
Em tamanho, a pedra perde apenas para o diamante conhecido como Cullinan Diamond, de 3.106 quilates, encontrado na África do Sul em 1905 e presenteado ao rei Eduardo 7º. A joia, porém, foi cortada em nove pedaços, e muitos ainda estão sob o poder da Coroa Britânica. (Com agências internacionais)