Mercado reduz previsão de queda do PIB e aposta em inflação menor, mas crise está longe do fim

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Combalida no rastro da recessão, a economia brasileira começa a dar os primeiros sinais de sobrevida, mas ainda está distante de um cenário que permita à população respirar aliviada.

É cedo para afirmar que cenário minimamente positivo é reflexo da chegada de Michel Temer ao poder central, mesmo que de forma interina, até porque as medidas econômicas adotadas até então, assim como outras que estão na pauta, precisarão de pelo menos seis meses para produzir os efeitos esperados.

Mesmo assim, o que a sociedade está a ver é reflexo de doses de otimismo que surgiram com o afastamento de Dilma Rousseff e o avanço das investigações da Operação Lava-Jato, responsável por desmontar o maior esquema de corrupção de todos os tempos.

De acordo com o Boletim Focus, do Banco Central (BC), divulgado nesta segunda-feira (11), economistas reduziram pela sétima vez seguida a estimativa de retração do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano. A previsão de queda do PIB, em 2016, é de 3,30%. Em relação ao próximo ano, a aposta de crescimento da economia nacional manteve-se em 1%.


Em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, a previsão do mercado financeiro para 2016 permanece em 7,26% ao ano, acima do teto de 6,5% do sistema de metas e bem distante do objetivo central de 4,5%.

Para 2017 a expectativa de inflação caiu de 5,43% para 5,40%, dentro da meta (4,5%), já que há uma tolerância de 1,5 ponto percentual. A expectativa é de que a taxa básica de juro, a Selic, encerre 2016 na casa de 13,25%. Para o fim de 2017, a projeção manteve-se em 11%.

Em sua última reunião, o Comitê de Polícia Monetária (Copom), do Banco Central, manteve, em decisão unânime, a Selic em 14,25% ao ano, o que indica que está pavimentando o caminho para afrouxar a política monetária somente no futuro. Essa decisão aponta a dificuldade que a autoridade monetária terá nos próximos meses para lidar com o mais temido fantasma da economia, a inflação.

A projeção para a taxa de câmbio no final deste ano também recuou, ficando em R$ 3,40. Para o fechamento de 2017, a estimativa dos economistas para o dólar também foi reduzida, passando de R$ 3,70 reais para R$ 3,55.

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