Atentado terrorista com caminhão deixa mais de 70 mortos e 100 feridos em Nice, no sul da França

(Eric Gaillard - Reuters)
(Eric Gaillard – Reuters)

As comemorações do “14 de Julho” (Tomada da Bastilha) na frança ocorria normalmente, até que às 18 horas (horário local) um caminhão avançou sobre pessoas que acompanhavam uma queima de fogos em Nice, na Riviera Francesa.

De acordo com as autoridades, não se trata de um acidente automobilístico, mas um atentado terrorista protagonizado por “lobos solitários”, como são chamados os simpatizantes do grupo extremista “Estado Islâmico” e agem por contra própria contra alvos no Ocidente.

Pelo menos 73 pessoas morreram mais de cem ficaram feridas nesse atentado, informaram fontes policiais francesas. O caminhão avançou contra a multidão que estava em uma via à beira-mar conhecida como Passeio dos Ingleses (Promenade des Anglais), em Nice. Entre os feridos, pelos menos cinquenta estão em estado grave.

“O caminhão avançou sobre a multidão durante uma longa distância, o que explica este número tão grande vítimas”, explicou à televisão BMF o prefeito para a região dos Alpes Marítimos, Sebastien Humbert. O veículo se deslocava em alta velocidade durante 100 metros antes de se lançar contra a multidão, arrastando tudo o que encontrou pela frente em cerca de dois quilômetros.

A prefeitura de Nice está recomendando às pessoas para que não saiam de casa ou permaneçam onde estão até segunda ordem. O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, viajou para Nice com o objetivo de acompanhar os desdobramentos do atentado e o início das investigações.

O atentado aconteceu em local próximo ao elegante Hotel Negresco e a polícia francesa impôs um amplo perímetro de segurança, informa a AFP. Há muitos policiais, militares e ambulâncias circulando pelo local da tragédia, informou o jornal “Le Figaro”.


O ataque aconteceu horas após o presidente François Hollande anunciar o fim do estado de emergência, que vigorava desde os atentados de Paris, em novembro de 2015. Inicialmente, o estado de emergência seria suspenso em 26 de julho, mas Hollande antecipou a data.

“Foi o caos absoluto”, descreveu um jornalista da AFP que estava no local no momento da investida do caminhão contra a multidão. “Vimos gente atingida por estilhaços que voavam por todo o lado, ouvíamos pessoas a gritar. Tive de proteger o rosto dos destroços.”

Em uma troca de tiro com policiais e agentes de segurança, o motorista do caminhão acabou morrendo quando desceu e começou a atirar. Policiais encontraram no interior do veículo várias armas de fogo, como espingardas e granadas. O que confirma a informação de atentado terrorista.

O presidente francês, que estava no Festival de Teatro de Avignon, já regressou a Paris para comandar o comitê de crise que funciona na sede do Ministério do Interior.

Por enquanto nenhuma organização terrorista reivindicou a autoria do atentado, mas Romain Caillet, investigador do jihadismo, informou que nas redes sociais muitos jihadistas comemoram o atentado.

As autoridades de vários países devem estar atentas para possíveis novos atentados, pois o “Estado Islâmico”, em especial, vem perdendo posições territoriais na Síria e no Iraque, o que vem propulsando esses ataques. Trata-se de uma forma de dar publicidade à causa criminosa ou de inspirar novos ataques.

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