Multidão homenageia vítimas de atentado em Nice com minuto de silêncio

(P. Rossignol - Reuters)
(P. Rossignol – Reuters)

Uma multidão se concentrou nesta segunda-feira (18) na cidade francesa de Nice para prestar homenagem aos 84 mortos e 202 feridos do atentado terrorista perpetrado na última quinta-feira. As pessoas cumpriram um minuto de silêncio em homenagem às vítimas, ao lado de um monumento na Promenade des Anglais, avenida à beira-mar e palco da tragédia.

A homenagem em Nice começou às 12h (horário local), naquele que é o último dos três dias de luto nacional decretado pelo Estado francês, logo após o ataque. A cerimônia, da qual participam famílias das vítimas, começou com um disparo de canhão, e o minuto de silêncio foi acompanhado pelo repicar dos sinos em igrejas de todo o país.

Em Paris, o presidente François Hollande e o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, participaram de uma cerimônia no Hotel de Beauvau.

Vaias ao governo

Representantes do alto escalão do governo francês participaram da cerimônia em Nice, incluindo o primeiro-ministro Manuel Valls (ao centro na foto), que foi vaiado e ouviu clamores por renúncia durante sua passagem pela cidade costeira.

Uma sondagem do instituto Ifop para o jornal francês “Le Figaro”, divulgada nesta segunda-feira, afirma que oito em cada dez franceses desconfiam da política antiterrorista do atual governo, apesar de confiarem na eficiência das forças de segurança.


Cazeneuve disse que ainda não foram estabelecidas relações entre o autor do ataque e grupos terroristas, apesar de o grupo extremista “Estado Islâmico” ter reivindicado o ataque.

Na quinta-feira, um tunisiano de 31 anos avançou com um caminhão, ao longo de dois quilômetros, contra uma multidão que assistia à queima de fogos de artifício do 14 de Julho, feriado nacional, na Promenade des Anglais.

Sarkozy critica Hollande

O ex-presidente e atual líder da oposição conservadora, Nicolas Sarkozy, acusou o governo Hollande de falta de determinação e de ineficácia na luta contra o terrorismo. “Fui chefe de Estado, sei que não existe o risco zero, mas não se fez tudo o que deveria ter sido feito nos últimos 18 meses”, afirmou Sarkozy, numa entrevista à emissora de televisão TF1.

“Estamos em guerra, numa guerra total. Os nossos inimigos não têm tabus, não têm fronteiras, não têm princípios”, disse, afirmando que a luta tem de ser colocada em termos de “ou eles ou nós” e isso implica determinação ao longo de anos. “Sou líder da oposição e trato de explicar que risco zero não existe, mas há uma obrigação para garantir a segurança”, completou.

Já a líder do partido de extrema direita Frente Nacional, Marine Le Pen, acusou o governo francês de não realizar todos os esforços necessários para garantir a segurança e pediu a renúncia de Cazeneuve.
“Em qualquer outro país, um ministro com um balanço de mortalidade tão horrendo como o de Bernard Cazeneuve – 250 mortos em 18 meses – teria renunciado”, disse Le Pen. (Com agências internacionais)

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