Faltando quinze dias para a abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, que acontece em 5 de agosto, a Polícia Federal (PF) realizou na manhã desta quinta-feira (21) uma operação sigilosa de combate ao terrorismo. Foram presas dez pessoas, em dez estados, por suspeita de ligação com o grupo terrorista “Estado Islâmico” (EI), que à base da força e da barbárie tenta instalar um califado em parte do Iraque e da Síria.
Como estratégia para propagar a ideia criminosa, o EI vem promovendo ataques terroristas em diversas partes do planeta, em especial no Ocidente, sob a justificativa (sic) de que os habitantes dessa porção do globo violam os preceitos do islamismo, desculpa absurda para justificar os próprios atos.
As prisões aconteceram no Amazonas, Ceará, Paraíba, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, informou a assessoria do Ministério da Justiça.
De acordo com a PF, o juiz Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara da Justiça Federal do Paraná, expediu 12 mandados de prisão temporária por 30 dias, sendo que as detenções poderão ser prorrogadas uma vez e por igual período.
Em entrevista coletiva concedida em Brasília, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou que a PF já havia cumprido 10 dos 12 mandados de prisão. Moraes destacou que os dois alvos da operação batizada de “Hashtag” que ainda não foram presos estavam no “radar” dos policiais federais e que a detenção dos mesmos era uma questão de tempo.
“Hoje, culminou na primeira operação onde uma suposta célula terrorista no Brasil foram presos dez indivíduos. Isso é muito importante, que passaram a partir do nosso rastreamento de simples comentários sobre o Estado Islâmico”, relatou Alexandre de Moraes na entrevista.
A Operação Hashtag coloca em xeque informação da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), que recentemente afirmou não ter recebido qualquer informação do governo francês sobre o planejamento de eventuais atentados durante a Rio-2016.
O ministro disse que os suspeitos, há meses monitorados pela PF, foram presos porque passaram de comentários em redes sociais, favoráveis ao EI, a “atos preparatórios” para atentados terroristas.
Os detidos, de acordo com Moraes, comemoraram recentemente alguns atentados terroristas, como o de Paris, em novembro de 2015, e os de Orlando (EUA) e Nice (França), perpetrados neste ano.
“A partir do momento que passaram para atos preparatórios, a partir do momento que saíram daquilo que é quase uma apologia ao terrorismo, para atos preparatórios, foi feita prontamente a ação do governo federal, realizando, em 10 estados, 10 prisões desses supostos terroristas que se comunicavam via internet, via grupos, Whatsapp e Telegram”, observou o ministro.
“Várias mensagens mostram a degradação dessas pessoas, comemorando o atentado em Orlando e em Nice, comentando o atentado anterior que ocorreu na França, postando e circulando entre eles as execuções que foram realizadas pelo Estado Islâmico”, complementou o ministro.