Partido Democrata confirma candidatura de Hillary Clinton, que desagrada eleitores de Sanders

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Ex-secretária de Estado norte-americana, Hillary Diane Rodham Clinton foi oficialmente nomeada candidata do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos na noite de terça-feira (26), durante convenção nacional da legenda na Filadélfia.

Com a nomeação formal, Hillary torna-se a primeira mulher a concorrer à Casa Branca por um dos dois grandes partidos estadunidenses. “Esse momento é para todas as garotas que sonham alto. Nós fizemos história”, destacou a democrata no Twitter logo após o anúncio de sua candidatura.

A votação foi realizada por ordem alfabética, estado por estado. Hillary, que não esteve presente no evento, ultrapassou os 2.383 votos de delegados – de um total de 4.763 – que precisava para oficializar a indicação.

O principal rival da ex-primeira dama, o senador Bernie Sanders, solicitou que seu estado, Vermont, fosse o último a votar. No palanque, ele cedeu todos os delegados que o apoiavam e pediu uma votação unânime em favor de Hillary.

“Eu proponho que Hillary Clinton seja escolhida candidata do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos”, declarou Sanders, em clara e simbólica tentativa de unificar o partido. Contudo, os seguidores de Sanders não se deixaram levar pelo apelo e engrossaram protestos dentro e fora da convenção contra a candidatura de Hillary.

A atitude do senador lembrou a postura adotada por Hillary há oito anos, quando anunciou, na mesma convenção, seu apoio ao então rival à candidatura democrata e atual presidente, Barack Obama.

A senadora Barbara Mikulski, veterana no Congresso com quase 30 anos no cargo, ficou encarregada de apresentar Hillary como candidata nesta terça-feira.

“Sim, nós quebramos barreiras. Eu quebrei barreiras quando me tornei a primeira mulher democrata eleita ao Senado”, disse Mikulski. “Por isso, é com o coração cheio que eu estou aqui hoje para nomear Hillary Clinton para ser a primeira mulher presidente.”

Embora as pesquisas apontem um cenário de paridade entre Hillary Clinton e Donald Trump, a situação da candidata democrata não é confortável. Mesmo após o apelo de Bernie Sanders, muitos dos seus eleitores garantem que não votarão em Hillary.


É o caso de Natalie Salgado, fervorosa apoiadora de Sanders no estado de New Jerseu. “Quando foi a última vez que tantas pessoas do nosso próprio partido saíram para protestar contra o nosso próprio candidato?”, questionou Natalie.

Juntamente com amigos, Natalie Salvado foi de carro até a Filadélfia para protestar contra o Comitê Nacional do Partido Democrata (DNC). Ela é uma entre muitos jovens norte-americanos que se identificaram com o discurso mais à esquerda de Sanders e decidiram participar mais ativamente da política na esperança de mudar o atual estado de coisas.

“Nós adoramos os ideais de Bernie e nos atemos a esses ideais, mas não necessariamente à pessoa”, afirmou Nick Santacroce, de 29 anos, especialista em tecnologia médica e amigo de Salgado.

Desiludidos com o fim da campanha de Bernie Sanders, nenhum dos dois pretende votar em Hillary nas eleições presidenciais, apesar do recente apoio do senador à ex-primeira-dama.

“Eles nos veem como bonecos de Bernie e pensam que vamos seguir cegamente qualquer coisa que ele nos disser – porque eles são fantoches do partido e obedecem a qualquer coisa que o seu presidente lhes diz”, afirmou Delgado. “Eu vou escrever Bernie na cédula”, completou.

Debates presidenciais

Hillary disputará a eleição presidencial de novembro com Donald Trump, confirmado na convenção do Partido Republicano em Cleveland na semana passada.

Nova York, local de residência de ambos, foi a cidade escolhida para a realização do primeiro debate entre os dois candidatos, segundo informou a comissão de debates presidenciais.

Os dois se enfrentarão no dia 26 de setembro na Universidade de Hofstra, em Long Island. Devem ocorrer pelo menos outros dois debates: na Universidade de Washington, em Saint Louis, em 9 de outubro, e na Universidade de Nevada, em Las Vegas, em 19 de outubro.

Por sua vez, os candidatos à vice-presidência ficarão frente a frente na Universidade de Longwood, na Virgínia, no dia 4 de outubro. (Com agências internacionais)

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