Lava-Jato: laudo da PF sobre obras em sítio em Atibaia deixa Lula em situação de extrema dificuldade

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A situação do ex-presidente Lula, agora um decadente lobista-palestrante, está cada vez mais complicada, o que faz com que o petista fique mais próximo da 13ª Vara Federal de Curitiba, comandada pelo juiz Sérgio Moro.

Um laudo da Polícia Federal, divulgado nesta quinta-feira (28), mostra que as obras no sítio Santa Bárbara, em Atibaia, cuja propriedade é creditada a Lula pelos investigadores, custou R$ 1,2 milhão. A reforma, que contou com ampliação da área construída, foi executada pelas empreiteiras OAS e Odebrecht, ambas envolvidas no maior esquema de corrupção de todos os tempos, o Petrolão, que derreteu os cofres da Petrobras.

Os peritos das PF destacam no laudo vários pontos da obra, mas deram ênfase à reforma da cozinha do sítio, que passou por radical e cara mudança. “A que mais se destaca pelo valor mobilizado foi a instalação da Cozinha Gourmet, em 2014, pelo valor aproximado de R$ 252.000,00, cuja execução foi acompanhada por arquiteto da empreiteira OAS, Sr. Paulo Gordilho, e, segundo sua comunicações, com orientação do ex-presidente Lula e sua esposa”.

No laudo, os peritos afirmam que o proprietário legal do sítio, Fernando Bittar, sócio do filho de Lula, não apresenta rendimento suficiente para comprar o imóvel em questão e muito menos para reformá-lo. De acordo com o documento, o total gasto com o sítio, entre a aquisição do imóvel e a obra, chega a R$ 1,7 milhão, valor incompatível com a renda do suposto proprietário. Contudo, a perícia sugere uma análise contábil mais apurada sobre a evolução patrimonial de Fernando Bittar.

O trabalho pericial reforça a tese dos investigadores, que suspeitam de ocultação de patrimônio por parte do ex-presidente da República. Nesse caso prevalece a questão aritmética, pois o Brasil não é conhecido por ser palco do milagre da multiplicação, assim como empreiteiras investigadas na Lava-Jato não investiriam R$ 1,2 milhão em imóvel de terceiro apenas para agradar Lula e sua turba.


De acordo com o relatório da PF, durante ação de busca e apreensão foi apreendida no sítio uma pasta rosa, endereçada à ex-primeira-dama Marisa Letícia, com croquis de obras no imóvel. Material semelhante também foi encontrado no apartamento de Lula, em São Bernardo do Campo.

“Os croquis analisados referem-se a estudos realizados para construção de uma residência com quatro suítes, entre outras melhorias no Sítio. A sequência demonstra que se trata da construção edificada aos fundos da Casa Principal, ou seja, a Casa 01. Os croquis apresentam data de setembro de 2010”, reforça o laudo.

Os peritos afirmam que encontraram notas fiscais de materiais usados na reforma do sítio no apartamento do ex-presidente Lula, na busca e apreensão realizada em março, por ocasião da Operação Aletheia (24ª fase da Lava-Jato), quando o petista foi conduzido coercitivamente para depor. Foram alvos da Aletheia os filhos do ex-presidente Lula – Fabio, Marcos Cláudio e Sandro –, a esposa, Marisa Letícia, e a nora Marlene Araújo Lula da Silva. O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, foi presenteado com um mandado de condução coercitiva. Houve busca e apreensão em endereços de Clara Ant, assessora do ex-presidente.

“Logo após a assinatura do contrato particular [de compra do imóvel], foram elaborados os primeiros desenhos arquitetônicos para acomodar as necessidades da família do ex-presidente. No final do mês de outubro de 2010, foi assinada a escritura pública de compromisso de compra e venda do imóvel em questão. Tão logo o antigo proprietário entregou as chaves do imóvel, iniciaram-se as primeiras intervenções no Sítio, entre os meses de novembro e dezembro de 2010”, afirmam os peritos.

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