A senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR), o senador Roberto Requião (PMDB-PR) e a presidente afastada Dilma Rousseff reuniram-se na segunda-feira (8) no picadeiro de um circo de Curitiba. Era o tal “circo da democracia”, armado pelo PT com a conivência do prefeito da capital, Gustavo Fruet (PDT), para que Dilma e seus aliados atacassem os “golpistas”, o juiz Sérgio Moro e a Operação Lava-Jato.
Os argumentos do trio no picadeiro foram os mesmos de sempre. Golpistas, coxinhas, neoliberais, entreguistas, querem tirar o governo popular e progressista de Dilma – e seu imenso sucesso em erradicar a pobreza e transformar pobres em felizes representantes da classe média – para, apenas por perversidade ideológica, colocar em seu lugar um governo que entregará o nosso pré-sal aos norte-americanos e tirar os direitos dos trabalhadores.
Apesar de ser “habitué” da primeira classe em voos internacionais e hospedar-se nos melhores hotéis, o trio repetiu o enfadonho e mentiroso discurso de opção preferencial pelos pobres. Sem contar que Gleisi Hoffmann, o pitbull de Dilma, é suspeita de ter se beneficiado de propinas outros desvios na seara do Petrolão, o maior esquema de corrupção de todos os tempos.
O senador Requião, conhecido pela truculência gazeteira, declamou trechos da Carta de Puebla, sua cantilena favorita. Dilma Rousseff, por sua vez, atacou o presidente em exercício Michel Temer. Contudo, a única novidade da noite ficou por conta da senadora Gleisi Hoffmann, que compareceu ao picadeiro com as madeixas ao natural, sem o efeito chapinha que dá lisura de aluguel ao seu cabelo e empresta-lhe aquele conhecido ar de Barbie da tríplice fronteira, sua marca registrada.
Dilma defendeu a proposta do plebiscito para antecipar as eleições e acusou Temer de ser repressivo por causa da reação a cartazes políticos exibidos nas arenas dos Jogos Olímpicos. Aparentemente, a presidente esqueceu-se de que a lei reprimindo esse tipo de manifestação tem a sua assinatura, fruto de um tempo em que a petista imaginava que o alvo desse tipo de protesto seria ela mesma.
O discurso do golpe, além de mentiroso, já perdeu a validade, mas só é mantido na pauta do cotidiano porque a esquerda nacional precisa de uma tábua de salvação para continuar existindo na cena política brasileira. Por outro lado, falar sobre a perda dos direitos dos trabalhadores resulta de desmedida delinquência política-ideológica, acionada apenas para tentar reverter aquilo que não pode ser revertido.
Ademais, não há golpe maior contra o trabalhador do que o perpetrado por Dilma e sua súcia, que tiraram dos brasileiros a esperança com o retorno da inflação resistente, a falta de investimentos, o desemprego em alta, a inadimplência elevada e o endividamento recorde.