Ainda sofrendo os efeitos colaterais da era Dilma, desemprego dispara nas grandes regiões do País

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Qualquer medida econômica adotada pelo governo demora pelo menos seis meses para surtir efeito, caso nada de errado aconteça ao longo desse período. Exceto medidas mais drásticas, como confisco de recursos depositados em bancos e cadernetas de poupança.

Quando assumiu interinamente o governo federal, o peemedebista Michel Temer lançou um projeto chamado “Ponte para o Futuro”, que se seguido à risca pode ser bom para o Brasil. Contudo, o presidente em exercício, por força de sua formação acadêmica e eclética, não conseguiu passar à parcela desinformada da população um retrato da dura realidade que enfrenta o País. No caso de esse cenário não ser revertido no curto prazo, Temer pagará a conta de algo que não lhe cabe.

O melhor exemplo desse ônus deixado por Dilma Rousseff, a presidente afastada que em breve deverá ser impedida definitivamente, é a disparada do desemprego. De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação o segundo trimestre deste ano foi a maior da série histórica, iniciada em 2012.

Segundo o levantamento, no Nordeste a taxa de desemprego subiu de 10,3%, no segundo trimestre de 2015, para 13,2%, no segundo trimestre deste ano. No Sudeste, saltou de 8,3% para 11,7%; no Norte, de 8,5% para 11,2%; no Centro-Oeste, de 7,4% para 9,7%; e no Sul, de 5,5% para 8,0%.

No primeiro trimestre de 2016, os índices tinham ficado em 12,8% no Nordeste, 11,4% no Sudeste, 10,5% no Norte, 9,7% no Centro-Oeste e 7,3% no Sul. As maiores taxas de desocupação no segundo trimestre do ano foram registradas nos seguintes estados: Amapá (15,8%), Bahia (15,4%) e Pernambuco (14,0%). As menores, em Santa Catarina (6,7%), Mato Grosso do Sul (7,0%) e Rondônia (7,8%).


Como mencionado acima, o resultado da Pnad Contínua foi o maior da série histórica em 20 dos 27 estados da federação. Apenas em Roraima, Rondônia, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Bahia e Distrito Federal a taxa não foi a maior já registrada pelo IBGE.

No mais rico e industrializado estado da federação, São Paulo, o índice de desocupação ficou em 12,2% no segundo trimestre, de acordo com o levantamento o IBGE. Trata-se da maior taxa desde o início da série histórica da Pnad Contínua Trimestral, em 2012. No mesmo período do ano passado, o desemprego medido pela pesquisa em São Paulo estava em 9%. No trimestre anterior de 2015 o índice alcançou 12%.

A renda média real do trabalhador em São Paulo foi de R$ 2.482 no segundo trimestre, ante R$ 2.574 no primeiro trimestre. No mesmo período de 2015, a renda média era de R$ 2.665. Considerando que a inflação ainda é assustadora e resistente, o trabalhador está a ganhar cada vez menos.

Apenas a título de comparação, o salário mínimo ideal para junho deste ano, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), era de R$ 3.940,24, ou seja, 58% maior do que a renda média medida em São Paulo.

Considerando o fato de que dois terços dos brasileiros recebem até dois salários mínimos e levando-se em conta que a renda ideal, segundo o DIEESE, beira os R$ 4 mil mensais, não é difícil avaliar a extensão da crise econômica que chacoalha o País e não deve terminar tão cedo.

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