Afastada da Presidência da República por conta de crime de responsabilidade e prestes a ter seu impedimento confirmado pelos senadores, a petista Dilma Rousseff não perde a pose e muito menos a arrogância. O que explica o perfil da sua tropa de choque, formada por iguais.
Com presença confirmada no plenário do Senado para a manhã da próxima segunda-feira (29), quando diante dos senadores fará sua defesa no processo de impeachment de que é alvo, Dilma exigiu da presidência da Casa legislativa um espaço reservado para acomodar sua comitiva e reunir-se com aliados. A comitiva de Dilma, pasme caro leitor, terá 35 pessoas. Ou seja, melhor seria que essa turba chegasse ao Congresso a bordo de um ônibus.
O Brasil enfrenta a maior crise da sua história, com desdobramentos nas mais distintas áreas, inclusive na política, mas a presidente afastada insiste em causar mais problemas. Essa bizarrice de Dilma serve não apenas para manter o discurso do golpe, mas também para rechear a documentário que está sendo produzido por encomenda da petista. Quer a afastada registrar o próprio julgamento, sendo que o material acabado será distribuído aos que fermentam a tese bandoleira do golpe.
No momento em que a crise econômica tira o sono de todos os brasileiros, não importando a posição social, Dilma far-se-á acompanhar por 35 assessores, que no período em que estiverem no Senado serão alimentados sob as expensas do suado dinheiro do contribuinte.
Na lista dos camaradas que engrossarão a trupe “dilmista” consta o nome de Luiz Inácio da Silva, o alarife Lula, que aceitou pedido do partido para acompanhar a participação da sucessora na sessão de julgamento do impeachment. Além do ex-presidente, acompanharão a petista os seguintes ex-ministros: Jaques Wagner, Aloizio Mercadante, Ricardo Berzoini, Miguel Rossetto, Patrus Ananias, Aldo Rebelo, Izabella Teixeira e Eleonora Menicucci.
Lula deve desembarcar em Brasília no próximo domingo (28), quando tentará contato com alguns senadores que ainda não declararam voto. Mesmo que o ex-metalúrgico consiga convencer alguns dos indecisos, a manobra é extremamente tardia. Isso porque o impeachment já conta com votos suficientes para aprovação, quadro que é admitido inclusive pela cúpula petista.
Esse “bom-mocismo” de Lula é estranho, pois o ex-presidente já havia dado todos os sinais de que o melhor seria abandonar Dilma. Contundo, ciente de que a sucessora sabe muito mais do que ele próprio gostaria, o melhor a essa altura dos acontecimentos é fingir solidariedade. Sem contar que essa incursão de Lula em Brasília servirá de tema para seus próximos discursos obtusos e mentirosos.
Contudo, chama a atenção a dependência cada vez maior do PT em relação a Lula. Para eleger Dilma, em 2010, o PT precisou de Lula. Para reelegê-la, o partido precisou de Lula. Para eleger Fernando Haddad, o PT precisou de Lula. Para tentar salvar o seu governo, Dilma precisou de Lula e nomeou-o chefe da Casa Civil, mas sem sucesso. Para discursar contra o impeachment, o PT precisou de Lula. Para ser consolado no calvário de Dilma, o PT precisa de Lula. No afã de tirar o partido da lama, os petistas querem dar a presidência da legenda a Lula. Resumindo, essa “lulodependência” é caso típico de psiquiatra apaixonado por política.