Impeachment: Gleisi protagoniza espetáculo deprimente e ouve insinuações sobre o marido

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Cientes de que a confirmação do impedimento de Dilma Rousseff é uma questão de dias, já que o julgamento final da presidente afastada teve início na manhã desta quinta-feira (25), a tropa de choque da petista não consegue esconder o nervosismo e o desespero.

Integrante do grupelho parlamentar que defende Dilma a qualquer preço, mesmo diante do comprovado crime de responsabilidade, a senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) rompeu esta quinta-feira (25) disposta a protagonizar um pífio e deprimente espetáculo no plenário do Senado. Acreditando ser o julgamento da presidente afastada uma partida de truco, no qual a gritaria dos jogadores suplanta a estratégia, Gleisi valeu-se de decibéis coléricos para, em ato desesperado, tentar salvar o mandato moribundo da ex-chefe.

A parlamentar paranaense, alegando que todas as afirmações feitas ao longo do processo de impeachment precisam ser provadas, questionou a moral e a honradez dos senadores que participam do julgamento de Dilma.

“Estou cansada de ouvir aqui que nós estamos preparando filme para a Presidente da República, que nós falamos aqui, porque queremos aparecer na TV Senado, porque nós estamos querendo angariar apoio popular com a nossa defesa da Presidenta aqui. Acho que nós temos que ser respeitados. Nós estamos num processo aqui que é doloroso para nós e para o País, um processo que nós questionamos desde o início. E nós temos o direito de nos manifestar e de defender a Presidenta da República”, esbravejou a transtornada senadora.

“Talvez haja uma coisa em que eu concorde com o Senador Magno Malta: aqui não há ninguém com condições de acusar ninguém, nem de julgar. Por isso, dizemos que é uma farsa”, completou.


Essa última frase foi o preâmbulo de um bate-boca acalorado no plenário, que teve início após Gleisi questionar aos gritos: “Qual é a moral deste Senado para julgar a Presidente da República? Qual é a moral que tem os Senadores aqui, para dizer que ela culpada, para cassar? Quero saber qual é a moral que vocês têm. Gostaria de saber, porque a metade aqui não tem”.

Apesar das inócuas tentativas do ministro Lewandowski de conter os ânimos dos parlamentares, o bate-boca acabou contraponto Gleisi e o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), que, ao rebater a colega de parlamento, disparou: “Não sou assaltante aposentado”.

Na verdade, Caiado quis dizer “não sou assaltante de aposentado”, em clara referência o marido de Gleisi, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva, investigado na Operação Custo Brasil e acusado de comandar esquema criminoso que surrupiou mais de R$ 100 milhões de servidores federais, inclusive aposentados, que recorreram a empréstimos consignados.

Indignada, a senadora petista rebateu Caiado ao questionar: “O que é isso?”. Ao que o democrata devolveu, repetindo a fala anterior: “Não sou assaltante (de) aposentado”. Desmascarada publicamente, Gleisi Hoffmann partiu para a tréplica: “Você é. E você é de trabalhador escravo”.

Considerando que até o final do julgamento sobraram chicanas jurídicas e tentativas de procrastinação, o melhor é acreditar que a decisão dos senadores sobre o futuro de Dilma sairá somente na próxima quarta-feira (31).

O Brasil enfrenta a pior crise de sua história e um momento político elevadamente conturbado, mas, mesmo assim, os defensores da presidente afastada querem impor aos brasileiros de bem mais algumas horas de angústia e sofrimento, apenas porque o bom senso e a lei interromperam um projeto criminoso de poder que transformaria o Brasil em uma ditadura comunista travestida de democracia.

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