Contrariando de forma devastadora o discurso mentiroso de que o governo interino de Michel Temer representa uma ameaça aos direitos dos trabalhadores e às conquistas sociais, números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a tragédia no campo laboral continua avançando e tem a assinatura estelar do partido dos Trabalhadores.
De acordo com o IBGE, o desemprego ficou em 11,6% no trimestre encerrado em julho, segundo dados divulgados nesta terça-feira (30). Considerando todos os trimestres, trata-se da maior taxa da série histórica iniciada em 2012. No trimestre correspondente de 2015, o índice atingiu 8,6% e no período anterior, de fevereiro a abril deste ano, a taxa ficou em 11,2%.
De maio a julho, a pesquisa do IBGE estima que havia no País 11,8 milhões de pessoas desocupadas – o maior contingente desde o início da série. Na comparação com o mesmo trimestre de 2015, o aumento foi de 37,4%. Na comparação com trimestre de fevereiro a abril de 2016, o número de desempregados cresceu 3,8%.
No contraponto, a população ocupada estimada ficou em 90,5 milhões de pessoas. Comparado ao mesmo período de 2015, esse contingente sofreu queda 1,8% e frente aos três meses anteriores, houve estabilidade.
“A população ocupada voltou ao nível do primeiro trimestre de 2013…a mesma coisa aconteceu com o rendimento, que voltou ao patamar do primeiro trimestre de 2013”, afirma Cimar Azeredo, coordenador de trabalho e rendimento do IBGE.
Dos trabalhadores empregados, 34,3 milhões tinham carteira assinada. Na comparação anual, o recuo é de 3,9% e na trimestral, não houve variação significativa, segundo o IBGE.
Segundo o coordenador, o número de pessoas com carteira de trabalho voltou ao patamar do segundo trimestre de 2012. “Desde o segundo trimestre de 2012, esse é o menor contingente de pessoas trabalhando com carteira de trabalho assinada.”
Para mais uma vez contrariar o discurso mambembe entoado pela tropa de choque da presidente afastada, o avanço do desemprego provocou queda no rendimento médio dos trabalhadores, que ficou em R$ 1.985. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, a renda caiu 3% e sobre o período de fevereiro a abril, registrou estabilidade.
“Logo no início do processo recessivo, tivemos quadro de estabilidade de pessoas ocupadas porque você perdia empregos formais, e a informalidade dava conta de absorver esse contingente. Isso não está acontecendo mais. Consequência desse processo? Você vê redução na população ocupada. Você tem literalmente perda de postos de trabalho. Fazendo com que além daquelas pessoas que estavam buscando no mercado de trabalho por conta de terem sido afetadas indiretamente pela crise, você tem agora aqueles que foram afetados diretamente pela crise”, afirmou Cimar Azeredo.
Enquanto os esquerdistas de plantão vociferam mentiras acerca das conquistas sociais e da valorização dos trabalhadores, o salário mínimo ideal está muito além da propaganda dos que afirmam ser o impeachment um golpe.
De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), em julho o salário mínimo ideal deveria ser de R$ 3.992,75, ou seja, 100% maior do que o rendimento médio do trabalhador brasileiro apurado pelo IBGE.
A título de complementação da matéria, dois terços da população brasileira recebem menos do que dois salários mínimos mensais, o que mostra que as conquistas dos trabalhadores na era petista não passam de retórica de desesperados.