Com o planeta cada vez mais conectado por conta de seguidas inovações tecnológicas, beira o inaceitável que informações distorcidas recheiem o noticiário em muitos países. O impeachment da agora ex-presidente Dilma Vana Rousseff aconteceu dentro da normalidade jurídica, tendo recebido o aval da mais alta instância do Judiciário nacional. Mesmo assim, alguns veículos de comunicação internacionais insistiram em noticiar que o Brasil foi palco de um golpe ou de um erro histórico, como se isso fosse uma ode à verdade.
Se os veículos midiáticos que publicaram tais notícias têm o viés esquerdista, não significa que os mesmos podem manipular as informações à sombra dos interesses ideológicos. Há uma enorme distância entre informar e opinar, podendo ambas as atividades existir de forma associada, o que é interessante e democrático, mas distorcer os fatos para atender algum interesse é no mínimo oportunismo e covardia.
Muitas foram as manchetes equivocadas acerca do impedimento de Dilma Rousseff, o que não poderia ser diferente, pois o Brasil é um importante player internacional, mas seria prudente que os veículos procurassem a verdade antes de cometer erros crassos. Nem mesmo em sonho ocorreu um golpe no Brasil, como sugerem alguns importantes jornais estrangeiros. O que se viu no País foi um respeito incondicional à legislação vigente e também à Carta Magna. Ademais, não se pode falar em golpe, mesmo que parlamentar, quando um governante acusado de crime de responsabilidade tem garantido o direito à ampla defesa e seu julgamento reúne os chefes dos três Poderes constituídos.
Não se trata de ignorar a essência traumática da retirada do mandato de um chefe de Estado, porém é preciso compreender o que vinha acontecendo no Brasil e todas as consequências que por longos anos dominarão o cotidiano nacional. Os mesmos veículos de comunicação que ora se apiedam de Dilma Rousseff, em 2014 não dedicaram uma linha sequer às mentiras vociferadas pela petista durante a corrida presidencial. A então candidata mentiu de forma tão acintosa, que chegou a afirmar que a inflação oficial estava próxima de zero, quando isso era uma sonora e conhecida mentira. Até porque, a inflação não sai de um patamar próximo de zero para mais de 10% ao ano em poucos meses em uma economia supostamente sob controle.
Aqueles que noticiam inverdades acerca do impeachment de Dilma Vana sequer conhecem as entranhas da corrupção que corrói o Brasil em todos os seus quadrantes. O escândalo do Petrolão, o maior de todos os tempos quando o assunto é corrupção, levou muitos poderosos e políticos destacados ao banco dos réus e as investigações não têm data para terminar. O PT, partido de Dilma, tinha um projeto criminoso de poder e intentava instalar no Brasil uma ditadura socialista, nos moldes da existente na Venezuela, e vinha usando o dinheiro da corrupção para anular os adversários políticos e levar a cabo o plano totalitarista, disfarçado de democracia plena.
Nada representa a enxurrada de sandices disparadas por Dilma e seus defensores, quando dois terços da população brasileira cobravam o fim do governo petista e uma implacável guerra contra a corrupção. Entre o que disse e ainda diz a agora ex-presidente – e os “jornalões” que a embalam – e a vontade popular há uma abissal distância. Não obstante, Dilma desrespeitou de maneira flagrante a Constituição Federal, a maior das leis brasileiras, contrariando a promessa que fez nas duas ocasiões em que tomou posse como presidente da República. Leis são feitas para serem cumpridas, não para os transgressores interpretá-las de forma filosófica e de acordo com os próprios interesses.
Apenas para lembrar, o dístico estampando na bandeira brasileira continua sendo “Ordem e Progresso”, o que só será possível com o incondicional respeito às leis. Se da forma como existe o Estado brasileiro não convém a esse ou aquele, que os incomodados se organizem para mudar a Constituição. Até lá, “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. E quem quiser mentir sobre o impeachment de Dilma, sinta-se à vontade, pois a verdade há de julgá-los.